Apesar de todos os percalços durante a vida estudantil e dos
números cambaleantes da economia nacional, jovens brasileiros mostram-se
otimistas quanto ao futuro e à perspectiva de crescimento na carreira, de acordo
com uma pesquisa internacional comparativa realizada com mil universitários da
Alemanha, China, Romênia e Brasil, encomendada pelo grupo alemão Continental,
fornecedor de componentes automotivos. Segundo o estudo, 80% dos brasileiros
possuem expectativas positivas de ingresso no mercado de trabalho. Foi o maior
grau de confiança entre os jovens pesquisados: alemães (72%), chineses (69%) e
romenos (63%).
Os estudantes de engenharia, matemática, economia,
informática e ciências naturais, ouvidos na pesquisa, almejam uma carreira de
sucesso e, ao mesmo tempo, desejam tempo livre para a vida privada. Preferem
trabalhar em seu país de origem e, no caso de ter que atuar em uma nação
estrangeira, optam pelos Estados Unidos. No entanto, os motivos que levariam os
brasileiros a exercer funções em um país diferente está ligado à falta de
emprego adequado no próprio país – o Brasil liderou o item com 28%, em
comparação com alemães (24%), romenos (22%) e chineses (14%).
Jovens com boa formação, com conhecimentos de língua e
cultura estrangeira, que tenham domínio de informática, que se expressem com
clareza e tenham um currículo turbinado com experiências práticas em programas
de estágio, têm uma chance real de alcançar sucesso rápido na carreira
escolhida. Isso porque existem muitas funções no mercado de trabalho que
necessitam de mão de obra especializada, apesar da retração da economia,
verificada nos últimos dois anos.
Com 50 anos de experiência na inserção de jovens no mercado
de trabalho, o CIEE investe na qualificação em programas de estágio e
aprendizagem para fortalecer a presença de novos talentos nas empresas e órgãos
públicos, sabendo que o país colherá frutos mais à frente. A pesquisa do grupo
Continental mostra que os brasileiros ainda mantém o otimismo, porque enxergam
perspectivas no futuro. Então, é uma boa hora para as empresas apostarem nos
novatos, convocando-os para programas de capacitação prática a fim de formar
seus próprios talentos.
*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração
Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da
Fiesp.
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