Cardiologista aponta
os principais fatores que elevam os riscos de problemas cardíacos em grupos
distintos
No dia 29 de setembro comemorou-se o Dia do Coração. O tema
é amplamente divulgado tendo geralmente como foco os homens da meia idade,
população que mais sofre com problemas cardiovasculares. Nos últimos anos, as
mulheres e os jovens tonaram-se alvos dos problemas de coração.
Para as mulheres, segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de todas as
mortes no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de falecimentos por ano.
A cada 10 novos casos diagnosticados cinco são em mulheres - um número cinco
vezes maior em relação às últimas décadas. No Hospital Santa Catarina, a
proporção entre homens e mulheres internados é muito próxima, o que reforça
essa tendência: 48,8% são mulheres e 51,2% homens.
Os motivos se aproximam aos mais comuns dos homens: nível de
estresse elevado e vida sedentária. Cada vez mais as mulheres são chefes de
família, trabalham e estudam mais. E, com isso, adquirem hábitos não muito
saudáveis, como se alimentar de forma errada, consumir bebidas alcoólicas e
cigarros, além de deixarem de lado os exercícios físicos. “Tudo isso, além do
agravante da chegada da menopausa, que modifica a proteção natural das mulheres
e favorece o desenvolvimento das cardiopatias”, afirma Dr. Humberto Benedetti, cardiologista do
Hospital Santa Catarina.
A quantidade de jovens adultos antes intocados por esse tipo
de patologia, também está aumentando. As vítimas de infartos em grandes centros
urbanos, como São Paulo, por exemplo, já chega a 12% do total. Em geral, no
Brasil, o crescimento chegou a 13% no último ano. Somente no primeiro semestre,
segundo o Ministério da Saúde, foram internadas quase 500 pessoas entre 15 e 29
anos. “As causas são as mais diversas. Estresse, alimentação errada,
sedentarismo. Mas também o uso de drogas, como energéticos, anabolizantes e
outros estimulantes, sem esquecer o álcool”.
Sinais diferentes
Os cuidados com a saúde do coração devem se iniciar na
infância. Com uma alimentação saudável e exercício físico evitando
endurecimento e deposito de gorduras nas artérias. Diminuindo assim o
desenvolvimento da pressão arterial e a ocorrência do AVC e do infarto.
O desconhecimento dos distintos e diversos sinais que
indicam uma parada cardíaca também é surpreendente. Saber reconhecer os
sintomas e como agir pode salvar a vida de uma pessoa. Além disso, homens e mulheres têm sintomas
diferentes no caso de infarto, que ocorre quando o fluxo de sangue para uma
parte do coração é bloqueado por um tempo prolongado, podendo o músculo sofrer
danos ou morrer. Enquanto os homens geralmente sentem um desconforto no peito
que irradia para o braço esquerdo e pescoço; as mulheres apresentam suor frio e
desmaios, dor na boca do estômago e na mandíbula, vômitos, náuseas, dores nas
costas, falta de ar e sensação de arritmia, além das dores no peito. Os
sintomas femininos são mais difíceis de serem percebidos, o que faz com que
muitas vezes a procura por socorro médico seja tardio. “Homens e mulheres
precisam ficar atentos aos sinais que o corpo emite”, explica Benedetti. “Caso
se confirme um ataque, mantenha a vítima sentada, com as roupas frouxas, não dê
qualquer medicamento ou água e busque ajuda médica profissional o mais rápido
possível. A agilidade no atendimento, nesses casos, é fundamental”.
Dicas para evitar o infarto
· Procure ter hábitos
alimentares saudáveis;
· Pratique atividades
físicas regularmente;
· Saiba controlar o
estresse;
· Controle o peso;
· Não fume;
· Evite bebidas
alcoólicas;
· Controle a pressão
arterial, o colesterol e o diabetes;
· Faça um check-up
médico anual;
· Reserve um tempo
para descansar e relaxar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário