Pesquisas indicam que as mulheres tem
uma grande incidência de stress, saiba os sintomas, consequências e como as
formas de prevenção
*Aretusa dos Passos
Baechtold
A “libertação da mulher” ou o famigerado direitos iguais
trouxe mudanças profundas e uma necessidade de adaptação constante para as
mulheres, gerando, desta forma, stress. Pesquisas indicam que as mulheres tem
uma incidência maior de stress desde a mais tenra idade. E toda a sobrecarga
com o acúmulo de funções muito mais do que divisão de tarefas traz pra mulher
que se sente pressionada a dedicar-se a ser uma boa mãe, boa
esposa/amante/parceira/amiga, profissional competente, manter ampla rede
social, corpo sarado, casa impecável e atualizada com os últimos recursos
tecnológicos e noticias uma frequência maior de stress.
Pode parecer simples, mas é uma conta que não fecha. Vejam
8 horas de sono
8 horas de trabalho
1 hora de almoço
3 horas no trânsito (se não tiver manifestação, greve ou
copa...)
Ok sobram 4 horas – para fazer a lição com os filhos,
brincar com filhos, assistir um filme, cozinhar em casa pq é mais saudável,
cuidar da casa, namorar, sair com os amigos, ler um livro, se “atualizar na
internet”, academia, correr no parque, ligar para a família, cuidado de saúde,
revisão do carro, depilação e todos os imprevistos que devem ser equilibrados
neste pequeno espaço de tempo...
Tudo isso numa exigência de perfeição!!! Ai sim o resultado
é certo = STRESS
E você sabe quais os sintomas, as consequências e como podemos
nos prevenir de todo esse stress ?
Isso é o que Aretusa dos Passos Baechtold psicóloga do
Instituto Psicológico de Controle do Stress Dra. Marilda Lipp – IPCS nos
explica a seguir:
Sintomas:
Psicológicos - Sentir-se
irritada ou zangada; pressionada ou ansiosa; sentir vontade de se esconder e
fugir de todos; sentir-se triste ou deprimida; dificuldade de concentração;
dificuldades para falar; tornar-se predisposta a acidentes; perder o interesse
por sexo; adotar comportamentos de má adaptação, tais como fumar, aumento do
consumo de álcool ou tóxicos ou comer demais ou perda do apetite.
Físicos - sensação de
tontura ou fraqueza; dores de cabeça incluindo enxaqueca; ranger de dentes;
transpiração excessiva; necessidade urgente de urinar; dor ou tensão no
pescoço; palpitações cardíacas; dores de estômago; diarréias; prisão de ventre;
náuseas; problemas dermatológicos; tiques; tremores das mãos; irregularidades
menstruais; roer as unhas e morder os lábios.
Conseqüências:
No trabalho, sob um longo período de stress, aparecem os
problemas pessoais e interpessoais: menos eficiência; atrasos e faltas são mais
freqüentes; conflitos ou irritabilidade com colegas; crescente dificuldade de
raciocínio e sensação de incapacidade.
No lar, o stress pode ser expresso no conflito com os filhos
e parceiro: queixam-se de que ela se tornou impaciente; se tornou mais sensível
ao barulho e as atividades das crianças; grita e bate nelas com mais
freqüência; fica distante ou queixosa com o parceiro e aumentam os conflitos
entre o casal.
O stress prolongado pode levar a mulher a desenvolver ou
agravar doenças como a hipertensão, úlceras, distúrbios adicionais
intermediados pelo stress como a infertilidade, a tensão pré-menstrual e a
ansiedade.
Outros distúrbios associados ao stress relatados mais
freqüentemente pelas mulheres incluem: anorexia; bulimia; ansiedade e
depressão.
Prevenção:
Identificar os sinais do stress, as fontes de stress com as
quais estão interagindo e desenvolver estratégias positivas de enfrentamento
são passos importantes para enfrentar o stress. Para tanto, programas de
controle do stress específicos para mulheres devem incluir o aprendizado sobre
stress feminino, o conflito do exercício dos múltiplos papeis, habilidades de
relacionamento com os filhos e o companheiro, controle da ansiedade e
desenvolvimento de redes pessoais e suporte social.
Pesquisas nesse sentido demonstram que quando submetidas a
programas de treino de controle do stress adaptado para atender as suas
dificuldades ocorrem mudanças significativas, favorecendo uma melhor qualidade
de vida para si mesmas e para suas famílias.
*Aretusa dos Passos Baechtold (CRP 06/113954) é psicóloga do Instituto
Psicológico de Controle do Stress Marilda Lipp – IPCS; Presidente da Associação
Brasileira de Stress; Professora do Curso de Especialização em Terapia
Comportamental Cognitiva do IPCS e Mestre em Psicologia Clinica pela PUC
Campinas
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