*Paiva Netto
Celebramos em 1º. de outubro o Dia Internacional da Terceira
Idade. Aliás, a data deve mesmo ser considerada como a da melhor idade.
Naturalmente, que fortalecida por bons hábitos durante os anos.
Em Eclesiastes, 12:1, 6 e 7, temos esta advertência:
"Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que
venham os dias difíceis, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho
neles contentamento. Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de
ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço,
e o pó volte à terra, como o era, e o Espírito volte a Deus, que o deu".
O rei Salomão ilustra, de forma pedagógica, a eternidade da
Vida, incentivando o bom cuidado com o corpo material, pois virá o dia em que a
Alma retornará ao mundo extrafísico e levará com ela o resultado de suas
práticas na Terra.
Durante entrevista ao sociólogo e professor Daniel
Guimarães, no programa "Sociedade Solidária", da Boa Vontade TV, o
dr. Fernando Bignardi, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), falou-nos sobre o aumento da
expectativa de vida no mundo, fato que no Brasil ocorre de forma acelerada:
"O fenômeno de ganhar 20 ou, em algumas situações, até 30 anos de vida, na
Europa aconteceu ao longo de 100 anos; no Brasil, em menos de 30. O que
significa que a nossa sociedade, em todos os seus níveis, não teve a
oportunidade de se preparar para isso. Do ponto de vista prático, costumo dizer
que a Humanidade precisou de vários séculos para aprender a manter bebês vivos.
Quando eu era aluno de Medicina, nos anos 1970, o grande problema era a
mortalidade infantil. Hoje não é mais um problema. Longe disso".
Segundo ele, o desafio está em conscientizar todos para o
período da idade avançada, quando se fica mais suscetível a várias doenças. Se
agirmos antes, essa vulnerabilidade pode ser menor.
Em uma pesquisa feita no referido Centro de Estudos, ao
longo dos últimos 20 anos, o especialista relatou que eles acompanharam 1.700
idosos recenseados na Vila Clementino, em São Paulo. A principal constatação
foi que envelhece bem o idoso que é capaz de manter a capacidade funcional.
Isso não ocorre quando surgem doenças crônicas, como hipertensão arterial e
diabetes. Contudo, a pessoa pode se prevenir, primeiro revendo seu estilo de
vida. E o médico esclareceu: "Um modelo exclusivamente mecânico ou
biológico não era suficiente para estudar o envelhecimento. A gente precisou
adotar um modelo quântico que reconhece o ser humano na sua
multidimensionalidade, tanto física quanto metabólica, vital, mental e
supramental ou espiritual".
Agora a conclusão: "Percebemos, especialmente na
maturidade, como é importante a atividade espiritual do idoso, dar a ele oportunidade
de se reconectar com essa esfera espiritual! Aliás, um recurso bastante
estudado e reconhecido pela neurociência é o da meditação".
O Dr. Fernando Bignardi ainda comentou: "A gente chegou
a fazer ensaios clínicos utilizando a meditação como única intervenção
diferente e observamos que o idoso que medita é capaz de deixar de ter doenças
crônicas. E isso não acontece de maneira mágica, mas à medida que uma série de
eventos cascateiam desde a dimensão espiritual. Então, a esfera mental sofre
uma transformação. A pessoa muda de atitude mental, de postura física; muda a
qualidade do sono, da respiração, as escolhas alimentares espontaneamente
mudam. Foi um achado que causou grande surpresa".
Eis aí. Por sinal, tenho lhes dito que, quando se ora, a Alma
respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece (sinônimo de meditar) é
essencial para desanuviar o horizonte do coração.
*José de Paiva Netto é diretor-presidente da
Legião da Boa Vontade (LBV)
Nenhum comentário:
Postar um comentário