Como se faz uma miss?
Os concursos de miss exigem estudo,
genética e cirurgia plástica das participantes
As últimas notícias sobre a tentativa de encontrar esta
fórmula diziam que:
· “Atualmente, é
cada vez mais comum ver adolescentes se submetendo a cirurgias plásticas. A
Miss Teen Duque de Caxias, Gisele Oliveira, de 15 anos, seguiu esse caminho...
Gisele, que também trabalha como modelo, conta que sonhava passar pela cirurgia
por não se sentir bem com seu nariz. ‘Acho que me atrapalhava nos meus
trabalhos. Mas o mais importante é que eu acho que não combinava com meu rosto.
Nunca houve alguém que me dissesse que perdi o trabalho por causa do nariz, mas
eu sentia que acontecia. Eu tinha sempre de buscar meu melhor ângulo. Acho que
isso vai me deixar mais segura’, diz Gisele". FONTE: SITE EGO-NOTÍCIAS
· Geralmente
concursos de beleza têm um animado capítulo reservado à suspeita de que uma
certa candidata usou o artifício da cirurgia plástica para ficar mais bonita.
Mas na Hungria exatamente a fato de ter "adulterado" o corpo é o que
mais conta em um concurso de beleza, o “Miss Cirurgia Plástica”. A disputa, que já está gerando polêmica, está
aberta a candidatas entre 18 e 30 anos, residentes na Hungria, que já foram
submetidas pelo menos a uma operação plástica que tenha exigido anestesia local
ou geral. Merecem boa pontuação implantes de silicone, lifting facial e
lipoescultura, segundo informações do Plastic Surgery Channel. FONTE: SITE O GLOBO
“Para se candidatar a um concurso de miss, não basta apenas
se achar ‘bonitinha’ ou ter a vontade de satisfazer os anseios da família.
Neste tipo de concurso de beleza, como em tanto outros, existem interesses que
transformam os participantes em produtos. E como produto, o candidato pode
gerar dividendos para muitos”, afirma o o cirurgião plástico Ruben
Penteado(CRM-SP 62.735), diretor do Centro de Medicina Integrada.
Beleza realmente importa para os organizadores desses
concursos e está associada a um padrão de harmonia exigido pelo concurso, como
por exemplo: as medidas de busto - 90 cm, cintura 60/64, quadril 90/95, altura
1,75/1,78 e idade entre 18 a 24 anos. Segundo “os experts em miss”, o ideal é
que ela tenha a pele perfeita, pernas longas, não muito grossas, panturrilhas
definidas e para alguns o rosto quadrado pode ser muito apreciado.
“Contrariando a regra geral de beleza brasileira de seios
volumosos, músculos e curvas bem definidos, as misses seguem outro padrão
globalizado, que deve despertar um sentimento de beleza elegante e refinada.
Este conceito de beleza começa a ser cultivado no seu próprio meio social, na
sua cidade, depois, se expande para o seu Estado, País e aí mundo afora. São
várias as categorias: Miss Universo, Miss Mundo e Miss Beleza Internacional, ou
respectivamente, 1º, 2º e 3º lugares no concurso de Miss Brasil”, observa o
médico.
Atualmente, “certos melhoramentos na beleza natural” de uma
candidata são permitidos e aceitos, antes do concurso para "a mais
bela". “A beleza física já pode ser retocada pelo cirurgião plástico,
valorizando traços da beleza que ‘Deus deu’ e atributos herdados dos pais. Os
concursos de miss exigem estudo, genética e cirurgia plástica das
participantes. Não condeno a prática, desde que o desejo de fazer a cirurgia
plástica seja genuíno, ou seja, seja manifestado pela própria candidata a miss,
e não sugerido pela mãe, pelo agente, pelo organizador do concurso. Serei mais
feliz depois da cirurgia plástica? Essa é a pergunta que a candidata a miss
deve fazer a si mesma e não ‘ganharei o concurso se fizer a plástica?’ ”,
defende Ruben Penteado.
Excessos?
O médico conta que assim como os demais procedimentos
estéticos, as cirurgias plásticas realizadas pelas misses também estão sujeitas
aos abusos costumeiros que as pessoas cometem em nome da vaidade.
“Recentemente, li uma notícia na Internet, que comentava um
problema no concurso de Miss Coreia do Sul. Todas as candidatas eram muito
parecidas umas com as outras e, segundo a reportagem, ‘a culpa ‘seria da
cirurgia plástica, cada vez mais comum no país. Ou seja, a padronização dos
rostos acaba com os diferenciais que podem deixar alguém mais bonito ou
atraente. Segundo as informações da matéria, uma a cada cinco mulheres de Seul
teria passado por uma cirurgia plástica. Entre os procedimentos mais procurados
por lá estão a cirurgia de pálpebra dupla, que deixa os olhos das coreanas mais
ocidentalizados, e, o reajuste de mandíbula, para esculpir o rosto em um
formato mais ovalado ou de ‘V’. Diante de um quadro desse, como escolher a
candidata mais bonita?’, questiona Ruben Penteado, que é membro da membro
titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
“São muitas as vozes contra a maciça disseminação de
expectativas irreais sobre a cirurgia plástica, especialistas em ética
denunciam a exposição dos pacientes e os cultores da estética queixam-se da
entronização de um modelo de beleza pasteurizado e exagerado. As pessoas
submetidas a um grande número de intervenções de fato sofrem uma ‘plastificação’
facilmente identificável nos seios, dentes grandes demais, maçãs do rosto
excessivamente ressaltadas e os famosos lábios hiperinflados”, afirma o diretor
do Centro de Medicina Integrada.
Os efeitos benéficos da cirurgia estética sobre a disposição
do espírito são conhecidos na prática e na teoria também. “O benefício da
cirurgia plástica é maior para aqueles que aceitam a opinião do cirurgião
plástico e têm consciência dos resultados que podem ser alcançados pela
medicina, bem como o de suas limitações. E isso se aplica às misses também”,
defende Ruben Penteado.
*MW-Consultoria de Comunicação