quinta-feira, 2 de abril de 2015


Quem vai pagar o quê para quem?

*José Antonio Puppio 

O Brasil está andando para trás, ISSO É UM FATO. Não bastasse o crescimento pífio da economia com um  desempenho ridículo do PIB assistimos a um verdadeiro tsunami econômico causado por sucessivos escândalos com a maior empresa brasileira, a Petrobrás. O roubo já apurado até agora e declarado de 27 bilhões não significa nada comparado à real perda do valor da empresa. A destruição que assistimos na Petrobrás não se recupera nunca mais. É a maior destruição de patrimônio público que se tem notícia.  E a sensação que temos é que o País é um eterno caranguejo, só anda para trás.

Enquanto os Estados Unidos investem em pesquisa e desenvolvimento e descobrem que podem tirar gasolina e todos os derivados de petróleo do gás do xisto betuminoso, sendo portadores da maior reserva do mundo, o Brasil que é a segunda maior reserva, detém condições materiais e naturais, mas não desenvolve tecnologia.

Enquanto isso, estamos desperdiçando tempo, dinheiro e energia com eleições a cada dois anos. Isso é um absurdo, o Brasil precisa de uma reforma política urgente, para conter o déficit público e mudar a periodicidade das eleições. Façamos eleições a cada cinco anos para tudo e durante esse período podemos trabalhar. E essa não seria a única lição que vem dos EUA, um senador americano,  por exemplo recebe o equivalente a US 25 mil de salário com direito a duas secretárias e 1 motorista, portanto não se onera o Estado como no Brasil. A reforma que precisamos é para conter o déficit público mas não aumentando impostos como estão ameaçando para aumentar a receita do governo, mas sim cortar gastos, diminuindo as despesas do governo.

O índice de mortalidade das empresas brasileiras é um dos mais altos do mundo. De acordo com o Sebrae,  em pesquisa realizada, 29% fecham em seu primeiro ano de atividade e 56% não completam cinco anos de vida.

De outro lado, verificamos que em 189 anos de República, a maioria dos Estados brasileiros não é autosuficiente e as verbas federais são distribuídas sem levar esse fator em consideração. São Paulo, por exemplo, recebe apenas do governo federal 1,8% do que arrecada. Na prática, vemos Estados autosuficientes e superavitários sustentando a ineficiência de outros Estados. O Estado democrático tem que existir, mas não pode ser uma democracia tendenciosa, que sustenta a ineficiência e garante votos com o bolsa família.

Precisamos diminuir o gasto público, precisamos diminuir o número de funcionários. Na prática hoje temos quatro Estados que sustentam a economia brasileira e precisamos de um choque de gestão no governo. Precisamos um governo que leve em consideração as reais necessidades do povo brasileiro.

Vejam que absurdo, exportamos celulose e importamos papel, exportamos minério de ferro e importamos aço. Nosso país não tem valor agregado. Precisamos de tecnologia para desenvolver produtos que tragam valor para o nosso mercado interno. Um chip que importamos equivale a um caminhão de soja que exportamos, em termos grosseiros e guardadas as devidas proporções.

Precisamos de uma política desenvolvimentista. Por exemplo, em 1985, o primeiro ministro coreano proibiu que carro importado circulasse nas estradas construídas com o dinheiro do povo. Hoje, a Coréia é um dos maiores fabricantes de automóveis. Isso é o que precisamos: uma gestão para o povo e não para os interesses próprios: UMA GESTÃO PATRIÓTICA.

 

*Jose Antonio Puppio é engenheiro, diretor presidente da Air Safety e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”

**Vervi Assessoria de Imprensa

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