Animais de estimação devem ter
cuidados especiais durante o frio
Organismo dos animais domésticos sofre as mesmas
alterações que os humanos no inverno
No inverno os humanos não são os únicos que sofrem com a
queda da temperatura e com o ar seco. Os animais domésticos — como cães, gatos,
pássaros e peixes — também sentem as alterações na atividade química celular.
Com isso, eles podem contrair doenças. Nesta época do ano, o metabolismo
aumenta porque as atividades corriqueiras exigem maior energia celular. Como as
pessoas ou animais não têm uma grande reserva de energia, a resistência
imunológica cai.
A médica veterinária Graziela Guimarães explica que quem tem
animais deve tomar uma série de cuidados especiais no inverno, para que a saúde
deles seja preservada. “Primeiramente é preciso esclarecer o mito de que
cachorro não sente frio porque os pelos o protegem. Isso é completamente
infundado. Cães sentem frio. Por isso, é necessários mantê-los longe de
correntes de vento, da chuva ou do sereno. Além disso, deve-se colocar uma
casinha no quintal ou arrumar uma cama dentro de casa, forrar com manta e não
deixá-los diretamente no chão, especialmente os de piso frio. Tudo isso ajuda a
aumentar a temperatura corporal dos animais”, lembra. Para animais que têm pelos
curtos, uma ótima opção para mantê-los aquecidos é o uso de “roupinhas”.
Graziela ainda lembra que o comportamento diferente dos cães
é um indicativo de que ele está com alguma doença. “Às vezes, animais com
pneumonia ficam mais quietos, cansados, sem apetite e com dificuldades
respiratórias. Em alguns, a secreção nasal e a tosse frequente — quando o
animal parece estar engasgado — também são sintomas da gripe canina”, informou.
Algumas raças de cachorro são mais atingidas por doenças respiratórias, como
bulldog, pub e boxer. Outras são mais resistentes ao frio, como o São Bernardo
e o Husky Siberiano, que possuem características físicas que o protegem das
baixas temperaturas.
Além do uso de roupas, outra atitude indispensável por parte
dos donos dos animais é a vacinação anual, que deve ser aplicada por um médico
veterinário. Se no exame clínico for constatada alguma doença, o animal deve
passar por exames complementares e, se necessário, por uma terapia adequada a
cada caso. Além disso, pequenas alterações na “casinha”, na rotina de cuidados,
nos passeios e na alimentação também ajudam a melhorar o bem-estar dos animais,
que é fundamental para uma boa saúde. A alimentação do animal, aliás, deve
mudar durante o inverno. “Se o animal não tiver tendência à obesidade ou
problemas decorrentes dela, a oferta de alimento deve aumentar de 15 a 20%”,
adverte Graziela. Para os passeios, são indicados os horários mais quentes do
dia. Não se recomenda tirar o animal de casa durante os horários mais frios do
dia.
A rotina dos banhos também deve ser alterada nesta época do
ano. “Aumentar o intervalo entre um banho e outro, escolher locais protegidos e
dias mais quentes, secar os animais com secadores, e deixá-los com pelagem mais
comprida são algumas dicas importantes. Durante o banho, tanto em casa como no
pet shop, o animal deve ser mantido em local protegido pelo menos durante vinte
minutos. Só depois deve-se usar o secador”, diz a médica veterinária.
Outros animais, como peixes e aves, também devem receber
cuidados especiais. “Em relação a aquários, a temperatura da água deve ser
entre 24ºC e 26ºC, sendo monitorada através de um termômetro. O PH deve ser
neutro, entre 6,5 e 7,5. Fazer a limpeza parcial do aquário a cada quinze dias
é indispensável. A iluminação deve ser de seis a oito horas diárias, utilizando
lâmpadas fluorescentes de tubo com temperatura de cor na faixa de 5.200k a
6.500k”, lembra Graziela. Doenças em peixes podem ser constatadas a partir de
algumas alterações físicas de seus organismos. Escurecimento das escamas,
erosões nas nadadeiras ou na pele, áreas esbranquiçadas ou filamentos de muco
no corpo, nódulos, pontos brancos e, principalmente, a maneira como eles nadam
— se eles se jogam contra objetos no aquário, se ficam suspensos ou abrem a boca
na superfície, se giram ou fazem círculos, — são sintomas de que alguma doença
nos peixes.
Apesar das aves serem muito resistentes ao frio, elas não
devem ser expostas a rajadas de vento e a correntes de ar. “Caso a gaiola fique
em um ambiente externo, é necessário cobri-la à noite, principalmente no frio.
Se possível, deve ser feito um ninho ou uma ‘cabaninha’ para servir de abrigo”,
recomenda a médica veterinária.
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