Risco de infarto aumenta 30% no
inverno
Algumas condições cardiovasculares
também apresentam mais frequência e gravidade nos meses mais frios, como as
crises hipertensivas e o acidente vascular cerebral (AVC)
No inverno, muitos se preocupam com gripes e resfriados, mas
esquecem de cuidar do mais importante: o coração. De acordo com uma pesquisa
realizada pelo Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo, a mortalidade por infarto agudo do miocárdio é 30% maior nos
meses mais frios, chegando a crescer 44% entre as pessoas com mais de 75 anos.
Nesse período do ano, também foi constatado um aumento de 20% no número de
pacientes internados por insuficiência cardíaca congestiva, segundo uma
pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que
analisou 200 mil internações pela doença, no município de São Paulo.
“Os riscos de problemas cardiovasculares aumentam no inverno
porque, com a queda da temperatura, diversos hormônios que atuam sobre o
sistema circulatório podem apresentar aumento de atividade pela simples
exposição do corpo ao frio intenso. O resultado dessas alterações metabólicas é
a contração das artérias, que leva ao aumento da pressão arterial e da
frequência e intensidade das contrações cardíacas, sobrecarregando ainda mais o
coração e o aparelho circulatório”, esclarece o cardiologista da Rede de
Hospitais São Camilo de São Paulo, Luiz Guilherme Velloso.
Embora a temperatura baixa seja um fator muito importante,
não é a único. “A poluição atmosférica e infecções respiratórias aumentam nessa
época do ano, podendo precipitar ou agravar problemas no coração. Além disso, a
diminuição dos níveis de vitamina D no organismo, devido a menor exposição ao
sol, pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de doenças
cardiovasculares. As taxas de colesterol também apresentam variação sazonal,
com pico nos meses mais frios, assim como o fibrinogênio e a adesividade das
plaquetas, que podem gerar a formação de coágulos nos vasos sanguíneos”,
explica.
Os mais castigados pelos meses de inverno são os idosos,
principalmente porque, devido ao envelhecimento, há uma maior incidência de
alterações cardiovasculares nessa faixa etária. “Entre as doenças que
apresentam mais frequência e gravidade no inverno, estão angina, infarto agudo
do miocárdio, crises hipertensivas, insuficiência cardíaca congestiva, trombose
venosa profunda, ruptura ou dissecção de aorta e acidentes vasculares cerebrais
isquêmicos e hemorrágicos”, destaca o médico.
Segundo Velloso, algumas medidas simples podem auxiliar a
prevenir o problema. “Nessa época do ano, é preciso minimizar a exposição ao
frio excessivo, expor a pele ao sol, manter uma alimentação e hidratação
equilibradas, evitando consumo excessivo de gorduras, sal e bebidas alcoólicas,
praticar atividade física regular e prevenir as infecções respiratórias com a
administração de vacinas contra gripe e pneumonia”, recomenda.
*Ketchum Agência de
Comunicação
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