Para 37% das mulheres,
dinheiro é um dos principais motivos das brigas conjugais, mostra pesquisa do
SPC Brasil
Principais gastos das mulheres são com roupas, calçados e produtos para
o cabelo. Estudo também aponta que sete em cada dez mulheres são as principais
responsáveis pelas atividades do lar
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra
que muitos relacionamentos amorosos podem acabar em brigas quando o assunto é
dinheiro. O levantamento, realizado em todas as capitais e no interior do país,
mostra que na opinião das mulheres casadas o motivo mais citado para brigas
dentro de casa é a forma com que elas e seus cônjuges gastam o dinheiro,
mencionado por 37,5% das entrevistadas. Em segundo lugar, com 31,5% de menções,
está a falta de dinheiro. Essas duas razões ficaram à frente, inclusive, de
outras respostas polêmicas como, divisão das tarefas domésticas (25,7%), ciúmes
(19,6%), a forma de educador os filhos (17,1%) e bebidas e cigarros (14,6%).
O educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José
Vignoli explica que não é apenas a falta de dinheiro que atrapalha a vida dos
casais. O excesso ou o modo em que ele é gasto também pode se transformar em um
problema. "Muitos casais enfrentam dificuldades para chegar a um consenso
sobre os hábitos de consumo de um e de outro e também sobre a melhor forma de
administrar as finanças da família. Uma boa dica é separar uma quantia mensal
do orçamento para que cada um possa fazer seus gastos individuais, sem a
interferência do outro. Isso ajuda até na manutenção da autoestima, pois cada
um vai se sentir responsável em fazer bom uso deste dinheiro”, explica Vignoli.
Para o educador financeiro, os casais precisam criar o
hábito de conversar sobre as finanças para evitar que o assunto seja foco de
desgastes na vida conjugal. Segundo a pesquisa, três em cada dez (30,3%)
mulheres entrevistadas disseram ter o hábito de esconder compras que realizam,
principalmente roupas (11,5%), cosméticos (9,5%), comida (6,2%) e sapatos
(5,4%). “Saber qual é a renda da casa, quem tem dívidas em atraso e
principalmente quais são os sonhos, as prioridades, os objetivos individuais e
também os compartilhados, é fundamental para o sucesso do relacionamento. O
melhor caminho é sempre o da transparência, seguido de traçar objetivos e de
fazer um bom planejamento financeiro”, afirma Vignoli.
Principais gastos das
mulheres são com roupas, calçados e produtos para o cabelo
Além de identificar o papel do dinheiro no relacionamento
conjugal, o levantamento procurou traçar o comportamento de compra das mulheres
brasileiras. A pesquisa revela que as compras pessoais que envolvem os maiores
gastos do público feminino são as roupas
e calçados (60,9%), seguidos pelos produtos para o cabelo (45,9%). Itens para
os cuidados com a casa (39,4%), perfumes (37,5%), alimentação fora de casa
(32,0%), lanches, doces e salgadinhos (28,6%), roupas íntimas (26,7%), cremes
(22,8%), salão de beleza (21,1%) e contas de celular (20,8%) completam a lista.
Quando perguntadas sobre o lugar onde concentram a maior
parte das compras pessoais, com exceção das que são realizadas para o
funcionamento da casa, os supermercados são os locais mais citados (60,3%),
principalmente entre as mulheres das classes C, D e E (62,4%). Na sequência vêm
as lojas de rua, (37,0%), revendedores de cosméticos (33,8%) e internet
(32,4%). Na avaliação das mulheres ouvidas pelo levantamento, os fatores mais
importantes e que mais tendem a influenciá-las no momento da compra são as
promoções (64,7%), a atratividade dos preços (53,0%) e as facilidades na forma
de pagamento (34,3%).
71% das mulheres são
as principais responsáveis pelas atividades do lar
Embora tenham conquistado seu lugar no mercado de trabalho,
as brasileiras ainda não se libertaram das responsabilidades da rotina
doméstica. Segundo a pesquisa, 70,8% das entrevistadas garantem que são as
principais responsáveis pela organização da casa, ou seja, colocar as coisas no
lugar, arrumar a cama e guardar a louça, etc. Consideradas somente as mulheres
casadas ou em união estável, a pesquisa mostra que o desequilíbrio na divisão
de trabalho entre os cônjuges é ainda maior: 80,0% das entrevistadas assumem o
protagonismo na hora de arrumar a casa, com percentuais semelhantes para os
cuidados com a roupa (83,0%), limpeza da casa (75,8%), alimentação (77,1%) e
criação dos filhos (63,8%). Com uma divisão tão desigual, seis em cada dez
mulheres casadas ou em união estável (57,7%) se sentem sobrecarregadas para
realizar as atividades de casa.
Diante dessas dificuldades para encontrar tempo livre, a
pesquisa procurou saber quais são os produtos ou serviços tidos como sonhos de
consumo e que facilitariam a vida no dia a dia, reduzindo o cansaço e estresse.
As respostas são bastante divididas, mas ainda assim, a principal menção diz
respeito à contratação de empregada doméstica, diarista ou faxineira para
ajudar nas atividades do lar (9,9%). Em seguida aparecem a compra de automóvel
(8,7%), máquina de lavar roupa (6,9%), lava-louças (4,6%) e aspirador de pó
(4,0%). Considerando a realidade financeira das mulheres entrevistadas, os
produtos que elas pretendem adquirir nos próximos três meses para ter mais
tempo livre dizem respeito aos eletrodomésticos para a cozinha (30,2%) e para a
limpeza da casa (27,1%).
Metodologia - O levantamento ouviu 810
mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, de todas as classes sociais em
todas as capitais e no interior do Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos
percentuais para um intervalo de confiança a 95%.
Baixe a íntegra da pesquisa em
https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas
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