sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O stress X beleza da mulher


Pesquisas indicam que as mulheres tem uma grande incidência de stress, saiba os sintomas, consequências e como as formas de prevenção

*Aretusa dos Passos Baechtold   

A “libertação da mulher” ou o famigerado direitos iguais trouxe mudanças profundas e uma necessidade de adaptação constante para as mulheres, gerando, desta forma, stress. Pesquisas indicam que as mulheres tem uma incidência maior de stress desde a mais tenra idade. E toda a sobrecarga com o acúmulo de funções muito mais do que divisão de tarefas traz pra mulher que se sente pressionada a dedicar-se a ser uma boa mãe, boa esposa/amante/parceira/amiga, profissional competente, manter ampla rede social, corpo sarado, casa impecável e atualizada com os últimos recursos tecnológicos e noticias uma frequência maior de stress.

Pode parecer simples, mas é uma conta que não fecha. Vejam

8 horas de sono

8 horas de trabalho

1 hora de almoço

3 horas no trânsito (se não tiver manifestação, greve ou copa...)

Ok sobram 4 horas – para fazer a lição com os filhos, brincar com filhos, assistir um filme, cozinhar em casa pq é mais saudável, cuidar da casa, namorar, sair com os amigos, ler um livro, se “atualizar na internet”, academia, correr no parque, ligar para a família, cuidado de saúde, revisão do carro, depilação e todos os imprevistos que devem ser equilibrados neste pequeno espaço de tempo...

Tudo isso numa exigência de perfeição!!! Ai sim o resultado é certo = STRESS

E você sabe quais os sintomas, as consequências e como podemos nos prevenir de todo esse stress ?

Isso é o que Aretusa dos Passos Baechtold psicóloga do Instituto Psicológico de Controle do Stress Dra. Marilda Lipp – IPCS nos explica a seguir:

Sintomas:

Psicológicos - Sentir-se irritada ou zangada; pressionada ou ansiosa; sentir vontade de se esconder e fugir de todos; sentir-se triste ou deprimida; dificuldade de concentração; dificuldades para falar; tornar-se predisposta a acidentes; perder o interesse por sexo; adotar comportamentos de má adaptação, tais como fumar, aumento do consumo de álcool ou tóxicos ou comer demais ou perda do apetite.

Físicos - sensação de tontura ou fraqueza; dores de cabeça incluindo enxaqueca; ranger de dentes; transpiração excessiva; necessidade urgente de urinar; dor ou tensão no pescoço; palpitações cardíacas; dores de estômago; diarréias; prisão de ventre; náuseas; problemas dermatológicos; tiques; tremores das mãos; irregularidades menstruais; roer as unhas e morder os lábios.

Conseqüências:

No trabalho, sob um longo período de stress, aparecem os problemas pessoais e interpessoais: menos eficiência; atrasos e faltas são mais freqüentes; conflitos ou irritabilidade com colegas; crescente dificuldade de raciocínio e sensação de incapacidade.

No lar, o stress pode ser expresso no conflito com os filhos e parceiro: queixam-se de que ela se tornou impaciente; se tornou mais sensível ao barulho e as atividades das crianças; grita e bate nelas com mais freqüência; fica distante ou queixosa com o parceiro e aumentam os conflitos entre o casal.

O stress prolongado pode levar a mulher a desenvolver ou agravar doenças como a hipertensão, úlceras, distúrbios adicionais intermediados pelo stress como a infertilidade, a tensão pré-menstrual e a ansiedade.

Outros distúrbios associados ao stress relatados mais freqüentemente pelas mulheres incluem: anorexia; bulimia; ansiedade e depressão.

Prevenção:

Identificar os sinais do stress, as fontes de stress com as quais estão interagindo e desenvolver estratégias positivas de enfrentamento são passos importantes para enfrentar o stress. Para tanto, programas de controle do stress específicos para mulheres devem incluir o aprendizado sobre stress feminino, o conflito do exercício dos múltiplos papeis, habilidades de relacionamento com os filhos e o companheiro, controle da ansiedade e desenvolvimento de redes pessoais e suporte social.

Pesquisas nesse sentido demonstram que quando submetidas a programas de treino de controle do stress adaptado para atender as suas dificuldades ocorrem mudanças significativas, favorecendo uma melhor qualidade de vida para si mesmas e para suas famílias.

*Aretusa dos Passos Baechtold  (CRP 06/113954) é psicóloga do Instituto Psicológico de Controle do Stress Marilda Lipp – IPCS; Presidente da Associação Brasileira de Stress; Professora do Curso de Especialização em Terapia Comportamental Cognitiva do IPCS e Mestre em Psicologia Clinica pela PUC Campinas

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