sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Especialista aponta causas e tratamentos para "coluna travada"

História típica da dor envolve quase sempre, um ‘adulto jovem’, e está relacionada às atividades físicas e a sobrecarga que se expôs ao longo da vida

Quem nunca ouviu algum relato sobre uma dor forte na coluna lombar, que pode irradiar para membros superiores ou inferiores, com desconforto intenso, e imobilização total ou parcial por algum tempo? Esse é o chamado travamento da coluna, um mecanismo de defesa do corpo para imobilizar a área que está machucada e um aviso de que algo está errado.
De acordo com o fisioterapeuta Giuliano Martins, diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna) e proprietário do ITC Vertebral Ribeirão Preto (SP), quando a coluna "trava", o paciente entra em uma crise aguda de dor, que pode ocorrer devido a um pinçamento nervoso, principalmente.
“Embora nas regiões cervical, dorsal e lombar possam ocorrer tumores, infecção ou inflamações, a causa mais frequente da dor nas costas é mecânico postural degenerativa. Alguns pacientes têm a coluna perfeitamente alinhada, não apresentam desvio postural nenhum e reclamam de dor nas costas. Pode-se dizer, então, que nesses casos, a dor é provocada por alterações musculares resultantes, por exemplo, de permanecer muito tempo na mesma posição sem conseguir relaxar a musculatura. Portanto, não é necessário haver um problema de postura para o sintoma aparecer”, explica.
Segundo Martins, pessoas idosas, crianças e adolescentes, requerem atenção especial porque a dor nas costas pode resultar em lesões secundárias, como as fraturas causadas pela osteoporose ou de alguma doença ainda não diagnosticada.
 “A história típica da dor envolve quase sempre, um ‘adulto jovem’ e está relacionada com as atividades físicas e a sobrecarga a que ele expôs sua coluna ao longo da vida. Em geral, a queixa surge ao fazer um esforço, e o indivíduo dobra o tronco para frente para pegar um objeto mais pesado e sente uma dor tão intensa na região lombar, que se vê obrigado a deitar-se. O repouso associado ao calor local e, eventualmente, ao uso de analgésicos e anti-inflamatórios provocam melhora dos sintomas em dois ou três dias. O sinal de alerta é dado quando a pessoa deita, relaxa e a dor não desaparece ou quando ela se manifesta à noite e não melhora com repouso. Porém, está demonstrado que mais de dois dias de repouso absoluto resulta em redução de massa óssea e de massa muscular”, diz.
A perda de movimento é uma proteção para a articulação e para o sistema nervoso naquele momento de dor. É um mecanismo neurológico complexo que merece atenção. Se a compressão da raiz nervosa ocorrer, a dor pode deixar de ser local e ter irradiações para pernas, braços e lugares distantes do foco inicial. “Por onde este nervo passar, ele levará dor. Por isso, muitas pessoas têm alguma patologia ou dor inicial nas costas e depois avança para outras partes do corpo. Muitas vezes, acreditam que estão com algum problema nos membros quando na verdade, o que deve ser tratada é a coluna”, afirma.
O profissional indica o acompanhamento médico, medicamentos e principalmente a fisioterapia. “Passada a crise, é preciso afastar os fatores externos que a desencadearam porque provavelmente ocorrerá outra, se a pessoa não se cuidar. Além disso, é importante corrigir a postura e reforçar os músculos que dão suporte à coluna porque manter a musculatura firme é fundamental para garantir a estabilidade e evitar novas situações como esta. Neste momento, o fisioterapeuta tem vital importância”, garante.
Ele explica que o fortalecimento do grupo de músculos paravertebrais, principalmente, associado ao dos abdominais e glúteos é o que mais garante a rigidez da coluna. “Também está provado que uma caminhada de 30 minutos, três vezes por semana, diminui a incidência de novas crises. Só a caminhada, porém, não fortalece todos os músculos. Portanto, são necessários exercícios específicos, sob orientação profissional para não sobrecarregar os discos”, conclui.

*Núcleo da Notícia

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