sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Enurese noturna: saiba mais sobre o “xixi na cama”

A enurese noturna tem como característica a perda involuntária de urina durante o sono em crianças acima de 5 anos que não apresentam qualquer alteração orgânica no trato urinário. O famoso “xixi na cama” acomete aproximadamente 15% das crianças por volta dos 5 anos; 7%, aos 10 anos e 3%, aos 12 anos. A incidência é maior nos meninos do que nas meninas. As chances são maiores quando há histórico familiar do problema.
De acordo com a presidente do Departamento de Nefrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Maria Helena Vaisbich, antes de considerar a enurese noturna, o mais importante é o pediatra ou nefropediatra descartar outros problemas orgânicos. “Primeiro de tudo, devemos checar se o paciente sofre de uma perda de urina diária. O que diferencia o quadro de enurese de eventuais distúrbios miccionais é a justamente esta urgência urinária durante o dia”, explica.
Até os cinco anos, o quadro pode ser normal. Para identificar a presença de uma patologia mais grave, é indicada a realização de ultrassonografia pré e pós miccional com medida do volume da bexiga – para constatar se há resíduo na bexiga após a criança urinar. Além disso, fazer um diário miccional, feito pela família, ajuda a avaliar quantas vezes a criança urina ao dia e o volume das micções.
“É possível resolver a enurese, desde que o profissional habilitado faça o diagnóstico correto. O mais grave é tratar o problema quando, na verdade, a criança apresenta distúrbios mais graves que podem comprometer a função renal”, alerta a especialista.
Para o tratamento, existem terapias específicas, com a administração de um similar ao hormônio antidiurético, um sistema de alarme e até mesmo tratamento fisioterápico.
Dicas e cuidados
Dra. Maria Helena frisa que o diário miccional é fundamental para entender a rotina da criança e reconhecer uma disfunção urinária. Em caso de diagnóstico de enurese, um dos principais aconselhamentos é evitar a ingestão de líquidos após o jantar – e caso seja ofertado, que a quantia seja mínima.
“Levar a criança para fazer xixi enquanto dorme também atrapalha, pois ela perde a noção do horário que deve urinar. Além disso, não dê bronca, pois não é culpa dela. É preciso mudar alguns paradigmas na sociedade. Não se deve levantar o assunto na frente das pessoas, mas, sim, discutir em consulta, tratando com delicadeza. Quanto mais se sentir pressionada, pior será a evolução”, conclui a especialista.

*Acontece Comunicação e Notícias

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