quarta-feira, 1 de julho de 2015

Animais de estimação devem ter cuidados especiais durante o frio

Organismo dos animais domésticos sofre as mesmas alterações que os humanos no inverno

No inverno os humanos não são os únicos que sofrem com a queda da temperatura e com o ar seco. Os animais domésticos — como cães, gatos, pássaros e peixes — também sentem as alterações na atividade química celular. Com isso, eles podem contrair doenças. Nesta época do ano, o metabolismo aumenta porque as atividades corriqueiras exigem maior energia celular. Como as pessoas ou animais não têm uma grande reserva de energia, a resistência imunológica cai.
A médica veterinária Graziela Guimarães explica que quem tem animais deve tomar uma série de cuidados especiais no inverno, para que a saúde deles seja preservada. “Primeiramente é preciso esclarecer o mito de que cachorro não sente frio porque os pelos o protegem. Isso é completamente infundado. Cães sentem frio. Por isso, é necessários mantê-los longe de correntes de vento, da chuva ou do sereno. Além disso, deve-se colocar uma casinha no quintal ou arrumar uma cama dentro de casa, forrar com manta e não deixá-los diretamente no chão, especialmente os de piso frio. Tudo isso ajuda a aumentar a temperatura corporal dos animais”, lembra. Para animais que têm pelos curtos, uma ótima opção para mantê-los aquecidos é o uso de “roupinhas”.
Graziela ainda lembra que o comportamento diferente dos cães é um indicativo de que ele está com alguma doença. “Às vezes, animais com pneumonia ficam mais quietos, cansados, sem apetite e com dificuldades respiratórias. Em alguns, a secreção nasal e a tosse frequente — quando o animal parece estar engasgado — também são sintomas da gripe canina”, informou. Algumas raças de cachorro são mais atingidas por doenças respiratórias, como bulldog, pub e boxer. Outras são mais resistentes ao frio, como o São Bernardo e o Husky Siberiano, que possuem características físicas que o protegem das baixas temperaturas.
Além do uso de roupas, outra atitude indispensável por parte dos donos dos animais é a vacinação anual, que deve ser aplicada por um médico veterinário. Se no exame clínico for constatada alguma doença, o animal deve passar por exames complementares e, se necessário, por uma terapia adequada a cada caso. Além disso, pequenas alterações na “casinha”, na rotina de cuidados, nos passeios e na alimentação também ajudam a melhorar o bem-estar dos animais, que é fundamental para uma boa saúde. A alimentação do animal, aliás, deve mudar durante o inverno. “Se o animal não tiver tendência à obesidade ou problemas decorrentes dela, a oferta de alimento deve aumentar de 15 a 20%”, adverte Graziela. Para os passeios, são indicados os horários mais quentes do dia. Não se recomenda tirar o animal de casa durante os horários mais frios do dia.
A rotina dos banhos também deve ser alterada nesta época do ano. “Aumentar o intervalo entre um banho e outro, escolher locais protegidos e dias mais quentes, secar os animais com secadores, e deixá-los com pelagem mais comprida são algumas dicas importantes. Durante o banho, tanto em casa como no pet shop, o animal deve ser mantido em local protegido pelo menos durante vinte minutos. Só depois deve-se usar o secador”, diz a médica veterinária.
Outros animais, como peixes e aves, também devem receber cuidados especiais. “Em relação a aquários, a temperatura da água deve ser entre 24ºC e 26ºC, sendo monitorada através de um termômetro. O PH deve ser neutro, entre 6,5 e 7,5. Fazer a limpeza parcial do aquário a cada quinze dias é indispensável. A iluminação deve ser de seis a oito horas diárias, utilizando lâmpadas fluorescentes de tubo com temperatura de cor na faixa de 5.200k a 6.500k”, lembra Graziela. Doenças em peixes podem ser constatadas a partir de algumas alterações físicas de seus organismos. Escurecimento das escamas, erosões nas nadadeiras ou na pele, áreas esbranquiçadas ou filamentos de muco no corpo, nódulos, pontos brancos e, principalmente, a maneira como eles nadam — se eles se jogam contra objetos no aquário, se ficam suspensos ou abrem a boca na superfície, se giram ou fazem círculos, — são sintomas de que alguma doença nos peixes.

Apesar das aves serem muito resistentes ao frio, elas não devem ser expostas a rajadas de vento e a correntes de ar. “Caso a gaiola fique em um ambiente externo, é necessário cobri-la à noite, principalmente no frio. Se possível, deve ser feito um ninho ou uma ‘cabaninha’ para servir de abrigo”, recomenda a médica veterinária.

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