sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A galinha dos ovos de ouro
Confiança do Agronegócio tem pior nível no primeiro trimestre, exigindo políticas públicas estruturantes
*João Guilherme Sabino Ometto
Com uma safra de grãos recorde, pela primeira vez acima de 200 milhões de toneladas, exportações ainda elevadas, o dólar valorizado, compensando em parte a queda dos preços internacionais, além do PIB do setor agropecuário, que apresentou crescimento de 4,7% no primeiro trimestre de 2015, contra um desempenho negativo da economia em geral, o agronegócio continua sendo o grande ponto de resistência da combalida economia brasileira. Assim, é importante que as políticas públicas relativas ao setor, como a oferta e as condições do crédito, contribuam para que ele vença os desafios que tem pela frente, num cenário preocupante sob a ótica estrutural.
São vários os sinais que apontam para um período mais crítico do ciclo de alta dos preços internacionais das commodities agrícolas, iniciado em 2007. Essa inflexão das cotações em níveis mais baixos não aconteceu em anos anteriores, pois, além da demanda aquecida, ocorreram importantes restrições de oferta, como a forte quebra da safra de milho nos Estados Unidos em 2012/13, de mais de 40 milhões de toneladas.
No entanto, com uma safra global mais robusta em 2014/15 e expectativas positivas à frente, amparadas pelo bom andamento do plantio norte-americano de milho e da previsão otimista para a segunda safra no Brasil o reflexo no mercado é inevitável. Embora o dólar mais forte tenha atenuado em parte o impacto da situação, em especial no início deste ano, as dúvidas para o próximo ciclo são muito grandes.
Uma dessas incertezas diz respeito às relações de troca, ou seja, quanto do produto, seja a soja ou milho, precisará ser vendido para comprar fertilizantes, defensivos e outros itens. Isso porque o dólar influencia ambos os preços. As últimas informações disponíveis sobre importações de insumos agropecuários mostram que elas devem girar atualmente em torno dos U$S 25 bilhões por ano.
O ambiente de dúvidas tem levado os produtores a colocarem os pés no freio. Um bom exemplo deste cenário foi a “Agrishow”, que apresentou uma queda de cerca de 30% no volume de negócios, algo inédito em uma das feiras mais importantes do setor de máquinas e equipamentos agrícolas do Brasil, que vinha registrando crescimento ano a ano.
 Tal incerteza é traduzida e reforçada pelo Índice de Confiança do Agronegócio, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Com queda de oito pontos na sondagem do primeiro trimestre de 2015, a pesquisa registra o pior nível da série, iniciada em 2013. Verificou-se postura de cautela, com a postergação da aquisição e consequente queda nas vendas dos insumos no primeiro trimestre. Isso parece reverter a tendência observada desde 2008, de antecipação das compras.
Também contribuiu para o ceticismo, a dificuldade de acesso ao crédito pré-custeio e a indefinição/paralisação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BNDES) em janeiro e fevereiro, que levou a quedas preocupantes nas vendas de máquinas e implementos, que chegaram a 42% no caso das colhedeiras, de acordo com os últimos números da Anfavea. Nem mesmo o produtor pecuário, que se mantinha em um patamar mais elevado de confiança, escapou desse clima, já que a reposição do bezerro, cada vez mais cara, vem comprometendo o efeito dos bons preços da arroba do boi gordo.
Algumas revelações são importantes em todo esse contexto, mas destaco dois pontos: o crédito e a economia brasileira. O primeiro tem sido o motor do agronegócio na última década. Ano a ano, observa-se uma elevação dos montantes de financiamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), taxas de juros competitivas e a diversificação das linhas. Como já demonstraram estudos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), trata-se de política, no caso do Brasil, que não distorce os mercados, ao contrário de outros relevantes produtores mundiais.
Nesse sentido, o crescimento do volume total de crédito anunciado pelo Governo Federal, de 20% em relação ao ano passado é sem dúvida uma boa notícia, ainda mais em época de restrição orçamentária. Por outro lado, vale observar que a elevação deu-se fundamentalmente a partir de taxas de juros livres, o que encarecerá o crédito. Já em relação aos juros controlados, que seguem competitivos frente a uma Selic que pode chegar aos 14% este ano, resta saber como será o comportamento dos agentes financeiros: esse recurso de fato chegará às mãos do produtor? Ficam algumas incertezas, especialmente para o segundo semestre.
No tocante à economia, é fundamental mencionar que, a despeito do forte desempenho exportador do nosso agronegócio e da influência dos mercados internacionais na formação dos preços de uma série de produtos, o setor não está alheio à crise. O motivo é simples, uma vez que o mercado doméstico é o grande vetor de crescimento para uma fatia importante das commodities produzidas no Brasil, com grande destaque para as proteínas animais.
O ano está repleto de dúvidas. São muitas as variáveis incontroláveis. Um novo problema climático, por exemplo, pode modificar o cenário. É aí que a capacidade de planejamento e organização, em especial do Governo Federal, precisa vir à tona com toda a força. São necessárias políticas públicas estruturantes, já muito conhecidas, direcionadas ao agronegócio, cuja resiliência vem sendo um porto seguro para o Brasil. Precisamos manter vivo, forte e produtivo o setor que tem sido nossa galinha dos ovos de ouro!
*João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP), é vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da FIESP e coordenador do Comitê de Mudança do Clima da entidade.

**Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação 







Jesus e Seu Pai
No segundo domingo de agosto, celebramos o Dia dos Pais. Que alegria! Como são importantes esses benfeitores em nossas existências!
Considero oportuno apresentar-lhes trechos de uma página digna da admiração de todos. Seu autor, o Espírito Emmanuel, foi buscar no Evangelho do Cristo um excelente modelo para nós. Por intermédio do mundialmente famoso médium Chico Xavier (1910-2002), ele exalta a relevância que teve o bem-aventurado pai de Jesus na Terra.
“José da Galileia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às análises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.
 “Já pensaste no cristianismo sem ele? “Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recordemos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.  “Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta. “Não obstante contemplar a sedução que Jesus exercia sobre os doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.
“O mundo não tem outras notícias de suas atividades senão aquelas de atender às ordenações humanas, cumprindo um édito de César e as que no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração e o trabalho. “Sem qualquer situação de evidência, deu a Jesus tudo quanto podia dar. “A ele deve o cristianismo a porta da primeira hora, mas José passou no mundo dentro do divino silêncio de Deus.”
Pilares da família
Se observarmos à nossa volta, não será difícil identificar numerosos dedicados pais, cuja discrição em cumprir seus nobres deveres nos faz lembrar o exemplo de José da Galileia.
A maioria deles, provavelmente, não terá seus nomes catalogados pela História; contudo, o resultado de seus esforços educativos se prolongará nas virtudes que souberem desenvolver nos filhos ou nos bons frutos de nobilitantes obras realizadas. Nas árvores genealógicas em que estão inseridos e com a qual decididamente colaboram, poderão ser reconhecidos como seus grandes pilares.
Por vezes silenciosos, mas atuantes, ao lado de suas companheiras, nossas generosas mães, promovem a sustentabilidade da luminosa instituição da Família. No seio delas, quando sob a proteção de Deus, a paz mundial encontra campo fértil de semeadura e germinação.
*José de Paiva Netto é escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta







Estresse do poder e a importância do equilíbrio
 *Rodrigo Casagrande
O exercício da liderança é uma das atividades mais prazerosas e motivadoras, pois envolve o desenvolvimento técnico e humano na organização. Há de se ressaltar, porém, que a liderança é motivadora, mas também estressante. Liderança envolve poder e influência – e o poder tende a gerar o distanciamento entre as pessoas.
Essa distância causa uma sensação de solidão, uma percepção de que é deixado um pouco de lado no apoio e nos relacionamentos com as pessoas. É como se o líder tivesse que ser constantemente o alicerce emocional de todos sem precisar de contrapartida nessa área.
O fato é que a liderança envolve pressões diárias, tomadas de decisões com informações fragmentadas, constantes crises, as árduas responsabilidades, sem contar a eterna necessidade de influenciar. O corpo humano não está preparado para isso e os líderes podem entrar num perigoso quadro de ansiedade, revolta e preocupação constante.
Os líderes, além de administrarem as suas próprias emoções, precisam administrar as emoções dos outros. Como se não bastasse, eles precisam liderar pelo exemplo. Os líderes têm, ainda, a necessidade de inspirar as pessoas em torno de um objetivo comum, criar um propósito que deixe claro, não apenas ¨o que fazer¨ e ¨como fazer¨, mas antes disso – e ocupando protagonismo – ¨por que fazer¨.  Desta maneira é que conseguirão mobilizar as pessoas em prol de objetivos maiores, que vão além dos meros interesses individuais.
Abordei apenas alguns aspectos que envolvem a boa liderança, mas percebe quanta energia deverá ser dispendida nisso?  Por isso é importante que o líder entenda que não é nenhum super-homem ou mulher maravilha. Toda essa carga, pode ser um gatilho para o surgimento do chamado estresse do poder, que transforma bons líderes em líderes dissonantes. E quando os líderes entram em dissonância passam a liderar mal, pois vão gerar frustração e antagonismo por onde passam, e, com frequência, nem percebem os estragos que causam.
Como se não bastasse, o estresse do poder causa estragos na saúde dos líderes. É impressionante a quantidade de executivos que são acometidos por problemas graves de saúde. Vários desses líderes, inclusive, têm suas vidas e carreira interrompidas pelo fato de não terem conseguido harmonizar sua vida profissional e pessoal.
Para ser um grande líder, é necessário que, antes de tudo, o profissional entenda isso. Assim, para evitar entrar no looping da dissonância, ele deve focar sua atenção no desenvolvimento de seu intelecto, na compreensão e no controle das emoções, cuidando de seu corpo, e indo ao encontro dos sonhos e crenças mais profundas que alimentam sua alma. Estamos falando de mudanças psicológicas e fisiológicas.

*Rodrigo Casagrande é professor de pós-graduação do ISAE/FGV na disciplina de Liderança e Desenvolvimento de Equipes, instituição responsável pela organização do 1º Leadership 

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