sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Prós e contras da suspensão da menstruação

Saiba quais são os benefícios e as consequências da prática 

Para muitas mulheres, o período menstrual é o melhor termômetro do bom funcionamento do orga-nismo e um sinal de que não ocorreu gravidez. No en-tanto, para boa parte do público feminino, a mens-truação representa so-mente incômodos como dores, inchaços, cólicas e a temida tensão pré-menstrual (TPM). Ao longo da história, as mulheres tiveram diver-sas conquistas como o direito ao voto, ao estudo, ao trabalho e, recentemente, algumas delas descobriram outro: o de não menstruar.
De acordo com o Dr. Renato de Oliveira, gineco-logista responsável pela área de reprodução huma-na da Criogênesis, sus-pender a menstruação é um direito da mulher moderna e deve ser conversado com o ginecologista, respeitando as características e desejos de cada uma.
 "A prescrição de qual-quer método deve conside-rar a segurança para cada paciente conforme os critérios de elegibilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim, a procura médica é funda-mental para evitar os riscos da automedicação".
O especialista ainda ressalta que suspender a menstruação também pode ser tratamento para algumas doenças como mioma e endometriose. "Para o mio-ma, por exemplo, o possível sangramento intenso pode ser controlado pela suspen-são da menstruação. No caso da endometriose, a qual se caracteriza pela presença de tecido de dentro do útero, denominado endo-métrio, implantado fora da cavidade, pode cursar para algumas pacientes durante sua menstruação com intensas dores, diarréia e até mesmo sangue na urina.      Nesta situação, a suspen-são seria uma excelente alternativa para aquelas pacientes que não desejam gravidez. Ressaltando que a endometriose também está relacionada com a infertilidade", fala..
Em relação aos riscos de suspender a menstruação em relação ao uso de anticoncepcionais com intervalos, Dr. Renato expli-ca que os critérios de esco-lhas dos métodos anticon-cepcionais em relação aos riscos para cada paciente não difere pelo fato de a paciente desejar ou não menstruar.
"O útero não é um filtro que precisa eliminar algo. A menstruação é a conse-quência da falha do prepa-ro do organismo para uma gravidez que não ocorreu. Mulheres que optaram por ter muitos filhos também não apresentam muitas menstruações. Além dos benefícios citados, o fato de não menstruar diminui o risco de câncer de endo-métrio".
  Para as mulheres que desejam inibir a menstrua-ção, mas tem medo da infertilidade, o médico des-mistifica o tema: "é muito importante frisar que os métodos hormonais não causam infertilidade per-manente. A interrupção do método e o retorno dos ciclos menstruais sugere o retorno à fertilidade. No entanto, há outros fatores que podem associar-se á dificuldade de engravidar, como a idade. Dessa forma, não é o fato de ter usado 10 a 15 anos de anticoncep-cional, por exemplo, que dificulta a gravidez. Mas o fato de ter esse tempo a mais para despertar o real desejo reprodutivo", con-temporiza o especialista.

 Métodos
"Existem alguns méto-dos que podem interrom-per a menstruação, como uso contínuo da pílula anti-concepcional por via oral. Neste caso, a paciente toma o medicamento, que pode ser uma combinação dos hormônios estrogênio e progesterona, ou somente a progesterona, sem inter-rupções. Outro método é o DIU liberador de levonor-gestrel, opção que pode evitar a menstruação e a gravidez e aconselhado mantê-lo por até cinco anos. O implante subcutâneo, um pequeno bastão flexível, mais fino que um palito de dente, é fabricado à base de progesterona e deve ser colocado sob a pele no antebraço. A injeção tri-mestral de acetato de medroxiprogesterona seria outra opção", finaliza Dr. Renato.

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