sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pesquisa revela falta de convicção do eleitorado paulistano sobre eleições presidenciais de 2014


Feita com metodologia voltada a medir o comportamento do eleitor, pesquisa da agência de propaganda Rino Com mostra que 59% ainda não decidiram em quem votar em outubro

 

Um eleitorado que pode mudar de candidato presidencial a qualquer momento, com baixa confiança na capacidade de recuperação da economia brasileira e que acredita no impacto das redes sociais sobre o mais aguardado resultado das eleições de 2014, a escolha do próximo presidente brasileiro. É este o sentimento predominante entre os paulistanos a menos de dois meses do pleito de 5 de outubro, aponta pesquisa inédita idealizada pela Rino Com, agência de publicidade e propaganda com 52 anos de mercado.

Sem perguntar ao entrevistado o nome do candidato de sua preferência, a pesquisa, intitulada Convicção e Consciência – Eleições 2014, mensurou a porcentagem de eleitores paulistanos que já decidiu em quem irá votar para presidente. E os números revelam um eleitorado ainda com baixo grau de convicção sobre a escolha que fará. Nada menos do que 59% diz ainda não ter decidido o voto, contra 23% dos que se mostram convictos em relação ao que irão fazer em outubro. A pesquisa contabilizou, ainda, um total de 18% de eleitores que não irão votar ou votarão em branco ou nulo.

“A diferença em relação aos resultados das pesquisas eleitorais tradicionais é que, ao não ser perguntado ou induzido a revelar seu voto, o eleitor fica livre para expressar seu sentimento quanto ao pleito, que, neste momento, é de afastamento, cautela e não muita esperança”, explica Rino Ferrari Filho, presidente da Rino Com. “Se em outras pesquisas o eleitor paulistano vê-se obrigado a revelar sua preferência por determinado candidato, em nosso estudo ele demonstra ter uma visão crítica dessa escolha, que ainda é relativa e pode ser alterada”.

Para medir qual tem sido o comportamento do eleitor paulistano frente à eleição que se aproxima, a Rino Com também mensurou quais fatores podem levar a uma mudança no voto.

Dentre os 59% de eleitores não convictos, o principal fator de decisão será o desempenho passado do candidato (35%), seguido por sua imagem (28%), suas propostas de campanha (27%), a situação econômica do País (11%) e aspectos subjetivos relacionados à vida pessoal do eleitor (11%). Há ainda, entre este eleitorado, uma porcentagem de 13% que não soube dizer o que conquistaria seu voto.

Eleitores convictos

Por outro lado, entre os eleitores que disseram já ter decidido em quem votar, o grau de convicção quanto ao voto mostrou-se elevado. Dos 23% que, segundo a metodologia da pesquisa Convicção e Consciência – Eleições 2014, já possuem um candidato, 71% afirmam que não mudarão as escolhas já feitas.

Ao mesmo tempo, entre os 29% restantes que se mostraram convictos, alguns fatores poderão levar a uma eventual mudança. São eles: desempenho passado do candidato (8%), propostas de campanha (7%), imagem do candidato (3%), aspectos subjetivos da vida pessoal do eleitor (3%) e a situação econômica do País (2%).

“É interessante perceber como os fatores que influenciarão a escolha do candidato mudam entre os eleitores não convictos e aqueles que já decidiram o voto. Para quem ainda está decidindo como votar, a imagem do candidato conta mais do que as propostas de campanha. Por outro lado, para uma pequena parcela do eleitor que se mostrou convicto, as propostas do candidato são mais importantes do que sua imagem”, afirma Rino.

“Ou seja, o eleitor convicto parece ser aquele que acredita conhecer bem os candidatos, mas que pode mudar seu voto se um outro concorrente o surpreender com propostas inovadoras. O eleitor que ainda não decidiu está mais preocupado em saber mais sobre a história do candidato.”

O que não parece provável será alterar o comportamento dos eleitores que não votarão ou votarão em branco ou nulo. Dos 19% que apontaram para este caminho, 69% mostraram-se convictos da decisão.

Internet e engajamento

Seguindo o perfil do eleitorado paulistano, a pesquisa identificou a internet, com destaque para as mídias sociais, como ambiente decisivo para a definição do voto. Embora 91% dos entrevistados digam manter-se informados principalmente pela TV, 57% já utilizam a web para esse fim, número que cresce entre os mais jovens e nas classes altas – superando a TV entre os eleitores com curso superior.

Ainda assim, para 50% do total de pesquisados, a web será o meio que mais influenciará o resultado das eleições de outubro. Dentre as ferramentas sociais mais utilizadas pelos eleitores paulistanos, o Facebook é praticamente unanimidade, com 98% de penetração, seguido pelo Instagram (30%), Twitter (19%), Linkedin (7%) e Whatsapp (6%).

Se, por um lado, mostram-se cada vez mais engajados virtualmente, o engajamento social ainda envolve apenas uma pequena parcela da população paulistana – apenas 7% desse eleitorado participa de ONGs ou movimentos sociais, com menor participação entre pessoas acima de 45 anos, com maior renda e nível superior completo.

Ao mesmo tempo, 56% dos entrevistados mostraram-se favoráveis aos protestos de rua, apoio que cresce entre os eleitores mais jovens, com maior nível de escolaridade e renda acima de dez salários mínimos.

Manchetes

A pesquisa Convicção e Consciência – Eleições 2014 mediu também o que os eleitores paulistanos mais desejam, hoje, para o Brasil, o que deve refletir em seu comportamento para a escolha do candidato à presidente. Segundo o levantamento, os eleitores paulistanos desejam melhores condições na área da saúde (40%), educação (25%), mais segurança (19%), honestidade e ética (17%), melhora na economia (13%), geração de empregos (7%), leis mais eficazes (6%), habitação (5%), assistência social (5%), transporte público (4%), ações de conscientização (3%) e uma reforma no sistema tributário (2%).

Cada um dos 400 entrevistados foi estimulado a traduzir esses desejos em títulos de notícias que gostariam de ver nos jornais. Algumas frases chamaram a atenção, como:

.  “Diminui o prazo para marcar consultas, exames e internações pelo SUS”

.  “Cai a corrupção no Brasil;  todos vão para a cadeia”

.  “Inflação zero no Brasil”

. “Acaba o tráfico de drogas no Brasil”

. “No último ano, foi o maior investimento em educação”

Para Rino Filho, os resultados refletem um mix entre a falta de perspectiva na política e o surgimento de um eleitor mais consciente e exigente quanto às propostas de seus candidatos. “O eleitor encontra-se ainda distante das campanhas, mas não do cenário político, que o afeta de maneira negativa”, diz. “O que a pesquisa revela é um alto grau de decepção com a qualidade dos serviços públicos, notadamente nas áreas da saúde, segurança, educação e pela cobrança de uma moralização da atividade política”.

Amostra e registro

Idealizada pela Rino Com, a pesquisa Convicção e Consciência – Eleições 2014 teve assessoria técnica do Club de Pesquisa e realização da Toledo & Associados, entre os dias 24 e 29 de julho de 2014.

Feito por meio de 400 entrevistas, nas cinco regiões da capital paulista, o estudo tem margem de erro de 4,9 pontos percentuais, para mais ou para menos, com uma confiabilidade amostral de 95%.

A pesquisa foi registrada no TSE sob o protocolo BR 0305/2014.

Fonte: Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação

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