70% dos brasileiros acreditam que o
desemprego vai subir, segundo Datafolha
Para especialistas, prestação de
serviço pode ser uma saída para quem está desempregado
Também para 58% dos brasileiros, segundo a mesma pesquisa, a
situação econômica do Brasil vai piorar. Em junho de 2013, período que
antecedia as eleições, essa taxa era de 29%.
Para o economista José Pio Martins, os brasileiros têm razão
de ficarem preocupados. Isto porque o número de pessoas desempregadas depende
basicamente do volume de produção do país, que vem caindo nos últimos anos.
“Como o produto brasileiro vem crescendo pouco, a ponto de não crescer quase
nada nos dois últimos anos, as vagas abertas para contratação seguem
diminuindo. Além disso, como os problemas da economia, sobretudo a inflação e o
desemprego, seguem afetando o país, agravados pela confusão com a descoberta de
corrupção em alta escala, há grandes chances de o produto brasileiro continuar
baixo, logo, afetando o nível de emprego”, explica Pio.
Para especialistas, buscar renda extra em época de crise é
essencial, por mais difícil que seja. O palestrante Daniel Godri Junior,
especialista em gestão, marketing e vendas, diz que nestes momentos a
criatividade é sempre bem vinda. “O brasileiro, por conta do passado econômico
geralmente ruim, acostumou-se a empreender. Por isso, oportunidades sempre
existem em períodos bons ou ruins. Nestes momentos mais difíceis devemos deixar
florescer nosso lado empreendedor e apostar em negócios próprios como prestar
serviços, comprar e vender coisas ou ainda empreender em alguma área”.
Para Godri Jr, a prestação de serviços sempre foi e sempre
será uma grande alternativa em época de crise porque o investimento inicial
necessário não é tão alto. Dar aulas, trabalhar com serviços de manutenção,
prestar consultorias e abrir um próprio negócio são algumas das alternativas
para quem está sem emprego.
Outro fator importante, segundo Daniel, é tentar não levar a
demissão como algo pessoal. “Em tempos de crise econômica, normalmente os que
saem primeiro não são os piores funcionários, mas aqueles que ganham mais. E
geralmente ganha mais porque está há mais tempo na organização e possui cargo
de destaque”, complementa.
Mas o especialista admite que o pior da crise nem sempre é a
crise em si mesma. “A divulgação maciça de coisas negativas e ruins faz com que
os empresários, investidores, indústrias e comerciantes pisem no freio em
questões de investimento, expansão e crescimento. A sensação de um ambiente
externo ruim gera insegurança, o que faz com que o dinheiro circule menos, o
que cedo ou tarde agravará o problema econômico”.
Já do lado dos colaboradores, a insegurança gera uma falsa
ideia de que a qualquer momento ele será demitido. “Isto faz com que o
trabalhador perca o foco, procure alternativas durante o expediente e perca o
entusiasmo e o comprometimento, o que também certamente contribuirá para que o
temor torne-se realidade”, explica.
Várias instituições oferecem cursos profissionalizantes e
gratuitos para quem deseja aprender coisas novas ou ter uma segunda profissão.
“Esteja desempregado ou não, o profissional pode sempre aprender algo novo e
transformar isso em profissão em tempos de crise e até inovar no ramo. Alguém
que faz um curso de manicure e pedicure pode investir em atendimento a
domicílio e, quem sabe, também fazer um curso de massoterapia para complementar
o serviço. Basta ter criatividade e força de vontade para criar uma nova
oportunidade de trabalho. Em meio a problemas sempre é bom pensar da melhor
maneira possível sobre aquilo que lhe acontece”, conclui Godri Jr.
O economista Pio Martins fala ainda que as famílias devem se
preparar para suportar os momentos difíceis na economia. “O melhor conselho é
que busquem sempre construir reservas financeiras para suportar as
dificuldades. O certo é fazer isso quando a maré da economia está boa e os
salários estão crescendo. Quem não foi prudente na fase de maré alta, agora não
escapará de apertos os cintos, rever gastos, organizar seu orçamento e cortar
despesas. Se ainda é possível economizar e guardar dinheiro, o faça sempre será
necessário”, ressalta.
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