Formação
cultural é diferencial
*Luiz Gonzaga
Bertelli
Apesar de vivermos na chamada Era da Informação,
contraditoriamente, raros são os jovens que buscam conhecimento, por mais
acessíveis que sejam. Há, claro, as notícias que vez ou outra são
compartilhadas pelas mídias sociais, mas que – pela afinidade entre amigos ou
pelos algoritmos que selecionam automaticamente quais posts serão visualizados
ou não – tendem a transmitir visões parciais de fatos ou restringem a variedade
cultural que a internet oferece.
Um rico repertório cultural faz a diferença na forma de
encarar o mundo e, de quebra, impacta diretamente o desempenho do jovem no
mercado de trabalho. Um estagiário ou aprendiz mais informado tem mais jogo de
cintura para encontrar soluções para desafios propostos ou mesmo mais confiança
para participar de reuniões ou para se expressar verbalmente, competência que
se tornou um verdadeiro diferencial.
O jovem, como bem destacou o visionário Steve Jobs – um dos
fundadores da Apple – precisa se manter curioso. O mundo está repleto de fontes
ou de inputs – para manter a linguagem da computação – de informações, muitas
delas gratuitas e enriquecedoras. Nessa fase da vida – e em todas as outras, a
bem da verdade – é imprescindível despir-se de preconceitos e privilegiar não
só a quantidade, mas também a qualidade do que se absorve de conhecimento.
E vale tudo: de shows musicais a palestras gratuitas; de
livros clássicos aos sucessos literários instantâneos e, talvez, passageiros;
dos filmes cults aos arrasa-quarteirões do verão norte-americano. Esse
caldeirão cria uma alquimia de influências que se interconectam, ampliando a
visão de mundo, a capacidade criativa e mudanças de comportamento. A hora de
investir em formação cultural é agora.
* Luiz Gonzaga
Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE),
da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp
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