Quem vai pagar o quê
para quem?
*José Antonio Puppio
O Brasil
está andando para trás, ISSO É UM FATO. Não bastasse o crescimento pífio da
economia com um desempenho ridículo do
PIB assistimos a um verdadeiro tsunami econômico causado por sucessivos escândalos
com a maior empresa brasileira, a Petrobrás. O roubo já apurado até agora e
declarado de 27 bilhões não significa nada comparado à real perda do valor da
empresa. A destruição que assistimos na Petrobrás não se recupera nunca mais. É
a maior destruição de patrimônio público que se tem notícia. E a sensação que temos é que o País é um
eterno caranguejo, só anda para trás.
Enquanto os
Estados Unidos investem em pesquisa e desenvolvimento e descobrem que podem
tirar gasolina e todos os derivados de petróleo do gás do xisto betuminoso,
sendo portadores da maior reserva do mundo, o Brasil que é a segunda maior
reserva, detém condições materiais e naturais, mas não desenvolve tecnologia.
Enquanto isso,
estamos desperdiçando tempo, dinheiro e energia com eleições a cada dois anos.
Isso é um absurdo, o Brasil precisa de uma reforma política urgente, para
conter o déficit público e mudar a periodicidade das eleições. Façamos eleições
a cada cinco anos para tudo e durante esse período podemos trabalhar. E essa
não seria a única lição que vem dos EUA, um senador americano, por exemplo recebe o equivalente a US 25 mil
de salário com direito a duas secretárias e 1 motorista, portanto não se onera
o Estado como no Brasil. A reforma que precisamos é para conter o déficit
público mas não aumentando impostos como estão ameaçando para aumentar a
receita do governo, mas sim cortar gastos, diminuindo as despesas do governo.
O índice de
mortalidade das empresas brasileiras é um dos mais altos do mundo. De acordo
com o Sebrae, em pesquisa realizada, 29%
fecham em seu primeiro ano de atividade e 56% não completam cinco anos de vida.
De outro
lado, verificamos que em 189 anos de República, a maioria dos Estados
brasileiros não é autosuficiente e as verbas federais são distribuídas sem
levar esse fator em consideração. São Paulo, por exemplo, recebe apenas do
governo federal 1,8% do que arrecada. Na prática, vemos Estados autosuficientes
e superavitários sustentando a ineficiência de outros Estados. O Estado
democrático tem que existir, mas não pode ser uma democracia tendenciosa, que
sustenta a ineficiência e garante votos com o bolsa família.
Precisamos
diminuir o gasto público, precisamos diminuir o número de funcionários. Na
prática hoje temos quatro Estados que sustentam a economia brasileira e
precisamos de um choque de gestão no governo. Precisamos um governo que leve em
consideração as reais necessidades do povo brasileiro.
Vejam que
absurdo, exportamos celulose e importamos papel, exportamos minério de ferro e
importamos aço. Nosso país não tem valor agregado. Precisamos de tecnologia
para desenvolver produtos que tragam valor para o nosso mercado interno. Um
chip que importamos equivale a um caminhão de soja que exportamos, em termos
grosseiros e guardadas as devidas proporções.
Precisamos
de uma política desenvolvimentista. Por exemplo, em 1985, o primeiro ministro
coreano proibiu que carro importado circulasse nas estradas construídas com o
dinheiro do povo. Hoje, a Coréia é um dos maiores fabricantes de automóveis.
Isso é o que precisamos: uma gestão para o povo e não para os interesses
próprios: UMA GESTÃO PATRIÓTICA.
*Jose
Antonio Puppio é engenheiro, diretor presidente da Air Safety e autor do livro
“Impossível é o que não se tentou”
**Vervi Assessoria de Imprensa
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