Inclusão essencial
*Luiz Gonzaga Bertelli
A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho
vem aumentando com o passar dos anos. Entre os principais fatores estão: maior
consciência social por parte dos empregadores, legislação mais eficaz com a
política de cotas e maior eficiência na capacitação prática dos jovens. O CIEE
é uma das instituições filantrópicas que possuem essa preocupação. Em seu
programa Pessoas com Deficiência, capacita jovens por meio do estágio e da
aprendizagem para exercer variadas funções nas organizações.
Esse é o caso de inúmeras empresas conveniadas do CIEE, como
a Embraer, em São José dos Campos, e a Bauducco, em Guarulhos, que mantêm
pessoas com deficiência pelo Programa Aprendiz Legal – parceria do CIEE com a
Fundação Roberto Marinho, que, combinando a prática na empresa e aulas teóricas
de capacitação, forma jovens para o mercado de trabalho. Muitos deles, que não
tinham grandes perspectivas no mundo do trabalho, conquistaram por méritos
próprios seu espaço e conseguiram ser efetivados.
A capacitação prática ajuda os jovens a aprender novas
funções, conhecendo mais profundamente o mercado, com possibilidades reais de
desenvolvimento da carreira. Para as empresas também é positiva, já que as
organizações terão a oportunidade de treinar o estagiário ou aprendiz dentro de
sua cultura, observando suas aptidões. Com isso, resolvem-se dois problemas: o
primeiro, a falta de qualificação profissional e o segundo, a dificuldade da
inserção da pessoa deficiente no mercado de trabalho.
Outro problema que dificultava a inclusão profissional
dessas pessoas era o Benefício de Prestação Continuada (BPC), instituído na
Constituição de 1988, para deficientes incapacitantes temporários ou
permanentes. Muitos indivíduos, que possuíam o benefício, tinham receio de
perdê-lo ao se dedicar a uma função laboral. De acordo com a Lei nº
12.470/2011, quem participa de programas de aprendizagem e de estágio pode
acumular essa renda assistencial com o salário recebido até o final do período
de formação profissional. Essa foi uma forma que o governo federal encontrou
para estimular que pessoas com deficiência busquem se capacitar. Aumentar a
autoestima e promover a cidadania são pontos fundamentais para que esse público
consiga garantir seu merecido espaço na sociedade.
*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente
executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista
de História (APH) e diretor da Fiesp
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