Clínica BemStar
promoveu palestra sobre Transtornos Alimentares: Obesidade, a epidemia do
século XXI
Na última
quarta-feira, dia 10, a Clínica BemStar, de Morro Agudo promoveu a primeira
palestra de um ciclo sobre “Transtornos Alimentares: Obesidade, a epidemia do
século XXI”, proferida pelas profissionais Ana Carolina Fusco -
Psicóloga/Neuropsicóloga; Elaine Ribeiro
de Mendonça – Psicoterapeuta; Nádia Malheiro Cezário – Fonoaudióloga e Priscila
Albino – Nutricionista.
A
psicoterapeuta Elaine Ribeiro de Mendonça falou sobre as condutas alimentares;
recusa alimentar na primeira infância; recusa alimentar na idade escolar;
seletividade alimentar e disfagia funcional.
Alimentação x Aconchego
Ela destaca
também que a obesidade infantil é um problema sério que vem se agravando dia a
dia e que quatro em cada cinco crianças serão adultos obesos.
“A obesidade
acarreta problemas nas articulações, diabetes, hipertensão, problemas
cardíacos, prejudica a autoestima e causa rejeição social”, fala Elaine.
A psicóloga/neuropsicóloga
Ana Carolina Fusco destacou os aspectos psicológicos
e neuropsicológicos na obesidade, por ser esta uma condição complexa
influenciada por diversos fatores. Sendo assim, é necessário que todos estes
fatores sejam vistos e compreendidos para que assim possam ser iniciados os
tratamentos adequados, abordando a compulsão
e compulsão alimentar - impulso
incontrolável; as atividades são
semelhantes e nas mesmas regiões cerebrais que dependentes do álcool e outras
drogas.
Segundo ela,
o comportamento alimentar está diretamente ligado ao cérebro e ao sistema
nervoso, bem como as condições mentais e emocionais. “Comer está basicamente
relacionado à manutenção da vida, da saúde. Mas, muitas vezes come-se além do
necessário para a manutenção de uma vida saudável, ou seja, come-se
compulsivamente. Assim, os prejuízos começam a surgir e este comportamento é
consequência de uma mente que precisa de cuidados, pois se a
pessoa está ansiosa, sentindo-se culpada ou precisando de ajuda emocional , pode começar
a comer compulsivamente e esse comportamento não está ligado à manutenção da
vida. Nesse momento, a comida passa a ser um meio de “controlar” as emoções, a
raiva reprimida, ansiedades, angústias, tristezas. A comida aqui pode ser vista
como bode expiatório.
“Os adolescentes
tem maior iniciativa em iniciar dietas devido a pressão do grupo e da mídia,
porém dificilmente diferenciam fome de “vontade de comer”. A comida exerce função de
reguladora do mal-estar, busca pelo prazer e em seguida sentimento de culpa e
não de saciedade”, diz ela.
Aspectos neuropsicológicos na obesidade
A
dependência alimentar está relacionada aos centros de recompensa
do cérebro. Trata-se de um processo biológico, não somente comportamental.
Hoje, acredita-se que, no cérebro há circuitos neuronais comuns responsáveis
pela sensação de prazer promovida pela ingestão de alimentos; relacionada às
funções executivas , uma série de processos mentais que precisamos ativar ao
executarmos um comportamento dirigido a um objetivo.
A obesidade
acarreta alguns prejuízos, como a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAPS);
déficits de memória; déficits de atenção; capacidade de planejamento
deficitária; flexibilidade mental e tomada de decisões.
Segundo Ana
Carolina, os tratamentos podem ser o acompanhamento nutricional; orientação
para uma atividade física; abordagens terapêuticas. No entanto, o tratamento
farmacológico só é recomendado quando o indivíduo não consegue perder peso por
meio de dietas e exercícios.
A
nutricionista Priscila Albino fala que segundo o Ministério da Saúde quase
metade da população brasileira está acima do peso, por exemplo, em 2006, o
índice era de 42,7% e em 2011, passou
para 48,5%.
A obesidade
entre os homens é de 18,2% e nas mulheres 17,6%, já os brasileiros com sobrepeso
somam 56,5% do total e as brasileiras representam 49,1%.
Uma pesquisa
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica aponta que o número de obesos mórbidos praticamente dobrou
em 7 anos no país: de 3,5 milhões em
2007 passou para 6,8 milhões, em 2014.
Os tipo de
obesidade são: Andróide; abdominal ou visceral - Tecido Adiposo se acumula na metade superior do
corpo, sobretudo no abdómem, típica do homem obeso e Ginóide, caso em que a gordura
se distribui, principalmente na metade inferior do corpo, na região glútea e
coxas, típica da mulher obesa.
A
nutricionista Priscila fala que as consequências da obesidade são diversas, como: Aparelho cardiovascular - hipertensão
arterial, arteriosclerose (estreitamento ou endurecimento das artérias) ,
insuficiência cardíaca congestiva (ocorre quando o coração não esta bombeando
sangue suficiente para satisfazer as necessidades do corpo) e angina de
peito.
Aparelho
gastrintestinal - esteatose hepática (gordura no fígado), litíase vesicular
(formação de areias ou pequenos cálculos na vesícula) e carcinoma do cólon;
Aparelho
genito-urinário e reprodutor: infertilidade e amenorreia (ausência anormal da
menstruação), incontinência urinária de esforço (escape de urina quando realiza
algum esforço), hiperplasia (aumento no tamanho de algum órgão ou tecido) e
carcinoma do endométrio, carcinoma da mama, carcinoma da próstata, etc., dentre
outras alterações como insuficiência
venosa crónica (incapacidade das veias das pernas em bombear um volume
suficiente de sangue de volta ao coração), risco anestésico, hérnias e
propensão a quedas.
A
fonoaudióloga Nádia Malheiro Cezário falou sobre os motivos para mastigar com
mais calma, pois estimula a produção de hormônios da saciedade; reduz a ingestão de calorias na refeição; evita desconfortos
gastrointestinais como azias, dores abdominais, queimação, eructação
e flatulência (gases); sentimos melhor o aroma e o sabor dos alimentos; ajuda
a reduzir ou prevenir o acúmulo de gordura na região abdominal. Segundo
ela, a mastigação adequada facilita o trabalho do sistema digestório,
evitando a distensão abdominal e a sensação de “estufamento” que
podem favorecer o acúmulo de gorduras na região, além de fortalecer
os músculos da face e articulações.
A Clínica
BemStar fica na Rua Capitão Francisco Marcolino Junqueira, nº 180 (ao lado do
CIAP e Banco Itaú) – Morro Agudo
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