Sinais como desatenção, inquietude e impulsividade
caracterizam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A
maioria dos casos surge na infância e pode acompanhar o individuo por toda a
vida. Segundo a dra. Sônia Brucki, membro do Departamento Científico de
Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia, a maioria dos
pacientes diagnosticados na fase adulta tem a doença desde criança, porém não
receberam informação e apoio.
Os portadores do Déficit de Atenção apresentam alterações na
região frontal e na conexão com outras partes do cérebro. Esta área é
responsável por controlar os impulsos humanos, pela capacidade de prestar
atenção, de memória, de organização, de planejamento e de autocontrole. Por
causar dificuldades na sociabilidade, pode propiciar quadros de ansiedade e
depressão. Aliás, adultos com o transtorno são mais propensos ao consumo de
drogas e álcool.
Entretanto, pouco tem a ver com fatores regionais,
culturais, educacionais e psicológicos. A maior causa da TDAH é genética,
segundo Brucki. Por isso, o grupo de risco é composto por quem apresenta
histórico familiar com a patologia.
O tratamento é realizado de forma semelhante em adultos e
crianças – com medicamentos que aumentam a atenção. Mas a dica da neurologista
é de incluir psicoterapia e terapia comportamental. Eles podem ter bons
resultados, assim como a realização de lista de tarefas e de métodos de
organização, como uso de agendas e outros meios eletrônicos.
Sinais do TDAH
Responsáveis pelo cumprimento de seus compromissos e
horários, os adultos apresentam dificuldade elevada para realizar as ações
diárias. “Quando não identificada na infância, os sinais mais presentes são
procrastinação, falhas no trabalho, dificuldade de concentração e de realização
de tarefas difíceis, que são sempre postergadas, além de mau gerenciamento do
tempo e desorganização. Muitos ainda têm problemas no casamento e na direção de
veículos, perdendo a carteira de motorista pelo excesso de multas”, explica.
Um portador de TDAH tem a produtividade profissional
seriamente danificada, o que pode afetar toda a equipe. O senso de estabelecer
prioridades não é aflorado e, por isso, muitas vezes, realiza apenas o que é de
interesse pessoal.
Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, 25%
dos adultos com esse transtorno podem apresentar dificuldade na conduta social,
causando o isolamento e formando solo para depressão. O bloqueio em cumprir
acordos pré-estabelecidos dificulta a manutenção de relacionamentos duradouros.
Além disso, as alterações de humor e de comportamento são constantemente
relacionadas ao estresse da vida agitada, dificultando a procura por
diagnóstico.
Apesar de não haver cura, há controle dos seus sinais. “Não
tratar acarreta em grande perda na qualidade de vida, prejudicando os aspectos
sociais, afetivos e profissionais. Por isso, os sintomas devem ser bem
observados, em qualquer fase da vida, e a procura por um especialista é
fundamental”, conclui a neurologista.
*Acontece Comunicação
e Notícias
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