Especialista em medicina preventiva e longevidade, fala sobre os riscos, cuidados e nos da dicas para enfrentar de uma forma mais leve as altas temperaturas
Verão intenso,
com recordes de temperatura, dificuldade para dormir, para trabalhar, para se
alimentar, para quase tudo, mas quais serão as reais consequências disso no
nosso organismo?
Temperaturas
elevadas podem aumentar o risco de morte precoce por doenças cardiovasculares,
além de poder causar infarto e derrame, a exposição ao calor extremo é capaz de
alterar a pressão arterial, a espessura do sangue, as taxas de colesterol e a
frequência cardíaca.
Segundo Dr. Fábio
Cardoso especialista em medicina preventiva e longevidade, devemos nos manter
atentos aos sinais que nosso corpo nos dá de que algo não vai bem, para poder
tomar os cuidados necessários.
Ele nos alerta
sobre os riscos deste calorão:
1 - Insolação: O termo insolação caracteriza o conjunto de
sintomas que afeta os indivíduos que ficam expostos excessivamente à luz solar,
resultando em um aumento de temperatura do organismo acima dos limites fisiológicos.
Esta condição não
é muito frequente, mas pode ser letal. Diferentes problemas de saúde podem
estar associados ao calor quando ocorre uma ruptura no equilíbrio da temperatura
corporal. Habitualmente, o organismo é resfriado por meio da transpiração;
contudo, em algumas situações, apenas a transpiração não é suficiente. Nessas
situações, a temperatura corporal de um indivíduo pode elevar-se com rapidez,
podendo danificar o cérebro e outros órgãos vitais.
Sinais e Sintomas: Congestionamento
(pele vermelha); Aumento da temperatura corporal; Pele seca; Contração pupilar
(fica pequena); Dores de cabeça; Náuseas
ou vômitos; Ventilação rápida e
profunda; Agitação, confusão mental, podendo evoluir para a perda da consciência
e Pulso cardíaco forte e irregular.
2 - Intermação (Golpe de calor): Semelhante à
insolação, mas esta é mais grave e pode levar à morte. A intermação é causada
pelo aumento da temperatura corporal e pela má resfriação do corpo, por
incapacidade de se resfriar adequadamente.
Estar desidratado
ou em ambiente muito úmido, com roupas que não deixam respirar são condições
que aumentam muito o risco.
Os sintomas e sinais clínicos: Palidez; "Moleza" corporal; Suores
frios e viscosos; Dilatação pupilar ( menina dos olhos fica grande); Dores de
cabeça, cansaço, tonturas e náuseas;
respiração rápida e superficial; Pode
surgir perda da consciência (desmaio), cãibras (devido à desidratação).
O médico nos
alerta ainda sobre o choque térmico. Segundo ele "mudanças bruscas de
temperatura, como sair da sauna e tomar uma ducha fria, ou sair do ar
condicionado à 18'C para a rua neste verão com 39'C exigem um esforço de
adaptação muito grande do organismo. No calor em excesso, os vasos se dilatam e
a pressão cai. Já com o frio, acontece o contrário: há uma vasoconstrição, que
dispara a pressão arterial. Em ambos os casos, o coração acaba sobrecarregado.
Agora imagina tudo quase ao mesmo tempo agora? Esta mistura pode ser
extremamente perigosa para quem já tem alguma doença crônica ou sofre de
problemas circulatórios.
Nesses casos,
podem levar a arritmias cardíacas, alterações metabólicas e pulmonares e em
todo o sistema cardiovascular que quando comprometido, amplia o risco de
infarto e derrame cerebral, podendo até provocar uma parada cardíaca.
Estes são casos raros, mas bem comuns são as
infecções respiratórias, que são facilitadas nessas condições, com alterações
desde o nariz ( alteração no sistema de limpeza ciliar) até o pulmão.
Não só na praia
ou na piscina, mas todo dia em todas as situações a recomendação é de manter-se sempre bem hidratado,
tomando muito líquido, e não dar um mergulho na água gelada se estiver com a
pele muito quente. O ideal é refrescar-se aos poucos, molhando o corpo por
partes."
Recomendações
para sobreviver a este calor
1 - Aumentar a
ingestão de água, ou sumos de fruta natural sem açúcar, mesmo sem ter sede.
2 - As pessoas
que sofrem de doença crónica, ou que façam dieta com pouco sal, ou com restrição
de líquidos, devem aconselhar-se com o médico.
3 - Evitar
bebidas alcoólicas, gaseificadas, com cafeína, ou ricas em açúcar, porque podem
provocar desidratação.
4 - Ter atenção
especial a recém-nascidos e crianças, idosos e doentes, porque são mais
vulneráveis ao calor e podem não sentir ou não manifestar sede. Neste grupos
deve-se promover/incentivar a ingestão de água, mesmo sem sede.
5 - Fazer
refeições leves e mais frequentes, evitando refeições pesadas e muito
condimentadas.
6 - Permanecer em
ambiente fresco, ou com ar condicionado, para evitar as consequências nefastas
do calor, particularmente no caso de crianças, idosos ou pessoas com doenças
crónicas. Se não dispuserem de ambientes frescos ou climatizados, as pessoas
mais vulneráveis devem visitar centros comerciais, cinemas, museus ou outros
locais que disponham de ar condicionado. Deve-se evitar as mudanças bruscas de
temperatura.
7 - Tomar ducha
de água fria ou tépida no período de maior calor, evitando contudo as mudanças
bruscas de temperatura ? um ducha muito frio após exposição prolongada a calor
intenso pode causar hipotermia, sobretudo em idosos e crianças.
8 - Evitar a
exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 16 horas.
9 - Usar óculos e
chapéu, de preferência de abas largas, sempre que se passear ao ar livre, principalmente
crianças e pessoas de pele clara.
10 - Evitar a permanência
em veículos expostos ao sol, principalmente nos períodos de maior calor. Se o
transporte não tiver ar condicionado, não se deve fechar completamente as
janelas. Nas viagens deve-se prever o suprimento adequado de água ou bebidas
sem açúcar. Preferir as viagens antes ou após horários
11 - Nunca deixar
crianças, doentes ou idosos dentro de veículos expostos ao sol.
12 - Diminuir,
sempre que possível, os esforços físicos durante os períodos de calor, e repousar
em locais protegidos do sol, frescos, arejados.
13 - Usar roupa
larga e solta, de preferência em algodão e com cores claras.
14 - Usar menos
roupa na cama, sobretudo no caso de bebés e doentes acamados.
15 - Evitar a
entrada de calor no interior das habitações, fechando persianas e portas, mas
mantendo a circulação de ar. A abertura de janelas e portas durante a noite
pode facilitar a diminuição da temperatura no interior das casas.
16 - Pedir ajuda,
sem hesitar, a familiares ou vizinhos, no caso de má disposição ou mal estar
com o calor.
17 - troque as
lâmpadas (quentes) incandescentes por de LED (frias). Essa troca também ajuda a
diminuir o calor dentro de ambientes fechados, uma vez que as lâmpadas
incandescentes geram muito mais calor que as demais.
18 - desligue
todos os aparelhos que não estiver utilizando ( celular, computador, tv, etc.).
Todos eles irradiam calor, aumentando o problema.
19 - Use truques
para umidificar o ar interno. Vale tudo
para deixar o ar menos "seco", principalmente na hora de dormir.
Utilize recipientes cheios de água fresca em cada ambiente da casa - só tome
cuidado caso tenha filhos peque-nos, porque mesmo pouca quantidade de água pode
ser o bastante para que uma criança se afogue. Outra boa opção é encharcar
toalhas de banho e espalhá-las pela casa, no espaldar de cadeiras e nas portas
dos armários, por exemplo.
20 - Condicione o
ar, na falta de um ar condicionado...Um ventilador ligado com uma garrafa
d'água congelada bem em frente é uma maneira simples e eficaz de fazer circular
ar frio pelo ambiente.
*Agência Duka
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