Sete erros que os pais cometem na
hora de dar mesada
A mesada é uma ótima ferramenta para inserir as crianças e
jovens no universo financeiro. No entanto, há alguns erros cometidos pelos
pais/responsáveis nessa hora que podem fazer com que tenha o efeito contrário,
dando maus exemplos à nova geração.
Se bem aplicada, ao
invés de ser um incentivo ao consumo, se torna um meio de educar
financeiramente os jovens, que, em um futuro próximo, fará esses jovens mais
consciente e sustentável. Então, com um cenário econômico instável e a
proximidade do fim do ano (Natal e férias), o momento é extremamente propício
para refletir e tratar sobre questões que envolvam a relação desse público com
o uso do dinheiro.
Listo abaixo os sete
principais erros na implementação da mesada, que estão explicados em meu novo
livro Mesada não é só dinheiro – Conheça os 8 tipos e construa um novo futuro
(Editora DSOP):
1. Desequilíbrio
A criança não deve
guardar todo o seu dinheiro para os sonhos. Ela precisa separar 50% de sua
mesada para o consumo cotidiano e se dar o direito de comprar algo que deseja –
sem excessos. Por incrível que pareça, a disciplina rígida que alguns pais
impõem dentro de casa pode acabar transformando seus filhos em crianças
obsessivas com o dinheiro e, consequentemente, em futuras pessoas avarentas.
2. Violação
Os pais não podem, de
forma alguma, usar o dinheiro que a criança vem guardando para os seus sonhos
como empréstimo. Essa recomendação pode parecer absurda, mas existem muitos
casos, no âmbito familiar, em que os pais ou responsáveis mexem no cofrinho do
filho ou retiram algum valor da caderneta de poupança da criança para pagamento
de uma conta da casa ou mesmo para uso particular.
3. Ruptura
Nunca atravesse as
etapas de esforço e crescimento de seu filho. Jamais compre o objeto de sonho
dele antes que a criança consiga juntar o dinheiro para conquistá-lo. Isso fará
com que ele registre na mente, para o resto da vida, a ideia de que não precisa
lutar para conquistar as coisas que deseja.
4. Permissão
Aprenda a dizer não,
é para o bem da criança. Durante a implementação da mesada, você vai se deparar
com a seguinte situação: a criança vai gastar todo o dinheiro antes de o mês
terminar. É natural, ela está aprendendo e vai pedir mais quando isso
acontecer. Mas ela deve vivenciar as consequências de seus atos.
5. Desmedida
A mesada não pode ser
usada nem como prêmio, nem como castigo. Há pais que, por impulso, decidem não
dar mesada por um período de tempo ao filho, por mau comportamento ou notas
baixas, por exemplo. Ou então, dão a mesada porque o filho fez alguma atividade
doméstica. A mesada deve ser respeitada e jamais virar uma moeda de troca ou
“barganha” entre pais e filhos.
6. Remuneração
A mesada não é
salário. Salários são pagos para quem trabalha e criança não pode e não deve
trabalhar. Esse é um dos conceitos que nunca é demais reforçar, para que as
coisas fiquem realmente claras. Salário é salário, mesada é mesada!
7. Sonegação
Os adultos devem
ensinar as suas crianças, desde cedo, que tudo que compramos deve vir com nota
fiscal, desde um chocolate até uma bicicleta. Portanto, não deem o exemplo
errado para os seus filhos, negociando uma compra sem nota fiscal para obter
desconto.
*Reinaldo Domingos, educador
financeiros, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros
(Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia
Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção
Didática de Educação Financeira do Brasil
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