*Lilian Rodrigues da Silva e Viviane de Carvalho Lima
O ano mal começou e uma série de medidas já vem sendo
tomadas pelo governo brasileiro, com impactos diretos na economia e cujos
efeitos são sentidos pela indústria e comércio, pelo agronegócio e por toda a
população brasileira.
Aumento de tributos, inchaço nas contas decorrentes de
serviços públicos com preços regulados como energia, água, transporte e
combustível, além do acréscimo dos juros, são variáveis que refletem
diretamente no preço dos produtos vendidos ao consumidor final. Somados ao
pacote de mudanças anunciados e já postos em prática, o Brasil também passa por
uma crise ambiental, hídrica e energética, o que torna ainda mais sensível o
cenário econômico brasileiro.
Nesse panorama, entre o governo, que pretende colocar a casa
em ordem através do aumento de tributos, e o consumidor, que deverá arcar com
todo o custo, encontra-se o setor varejista. Ele já estampa a alta de preços em
seus produtos, também na tentativa de ultrapassar uma corda bamba que será este
ano de 2015, na busca da superação de todos os desafios que a cada dia se
apresentam.
Com efeito, no que se refere ao varejo, este ano promete ser
bastante dramático. A própria Confederação Nacional de Comércio, Bens e
Serviços (CNC) já reviu sua estimativa de projeção de vendas no seguimento
varejista para o ano corrente, diminuindo-a expressivamente.
O fato é que em um cenário de forte recessão que assola a
economia atual, com o consumidor cada vez mais ressabiado e cauteloso na hora
de gastar, é provável que haja uma considerável queda na demanda em razão da
retração do PIB, ao mesmo tempo em que se estima um aumento do custo
operacional decorrente da expansão da inflação.
Com tal panorama, a expectativa é que seja adotado um
conjunto de medidas sistêmicas tendentes a minimizar os efeitos do aumento dos
preços, com a recuperação da estabilidade econômica e que ultrapassa todos os
setores da sociedade, ou seja, governo, empresas, bancos e consumidor.
Por mais que, em curto prazo, as perspectivas sejam
nebulosas e conturbadas, com possibilidade de redução de faturamento, o setor
varejista não deve deixar o pessimismo dar o tom da situação. É necessário não
perder de vista o fato de que mesmo as projeções mais pessimistas preveem que o
varejo continuará a crescer, ainda que em proporção claramente menor do que o
esperado anteriormente.
Para fazer parte dessa fatia do varejo que continuará em
expansão é necessário que o varejista se reinvente, com a utilização de métodos
criativos para reduzir o custo e com a constante busca de alternativas para se
destacar em meio à concorrência. Nesse delicado contexto, armar-se de bons
planejamentos financeiro, societário e tributário, bem como de eficazes técnicas
publicitárias e de logística podem ser essenciais para sobreviver à crise. E,
quem sabe, até crescer com ela.
* Lilian Rodrigues da Silva é advogada
tributarista, com atuação voltada ao seguimento varejista do Escritório A.
Augusto Grellert Advogados Associados
** Viviane de Carvalho Lima é advogada
tributarista, líder do Task Force de Varejo do Escritório A. Augusto Grellert
Advogados Associados
***Ex-Libris Comunicação Integrada
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