Caso Hilbert desperta
atenção para o projeto de lei que propõe instalação de câmeras em abatedouros
O abate televisionado de uma ovelha no programa do apresentador Rodrigo
Hilbert demonstra a importância da fiscalização para relações de consumo de carne e respeito com os
animais
O abate televisionado de uma ovelha no programa do
apresentador Rodrigo Hilbert, “Tempero de Família”, veiculado na GNT, gerou uma
série de discussões a respeito do consumo e origem da carne e a relação com a
proteção animal.
No primeiro episódio da nova temporada do programa, Hilbert
foi a um sítio catarinense e mostrou como se faz churrasco de ovelha. “Um
verdadeiro sofrimento para qualquer pessoa que tenha assistido”, afirma o
deputado estadual Feliciano Filho, defensor dos animais e autor de diversas
leis que os protegem.
Se não bastasse matar o animal, Hilbert escolheu um filhote
ainda em amamentação. Segundo o apresentador, essa é a fase em que a carne é
mais saborosa e macia.
O caso chocou os telespectadores e os protetores da causa
animal, reacendendo um debate nas mídias sociais. O caso suscitou uma pergunta:
Até que ponto sabemos o que realmente consumimos e como são realizados os
abates?
O péssimo exemplo de Rodrigo Hilbert mostra o quão relevante
é o projeto de lei 35/2016, de autoria do deputado Feliciano Filho, que pede a
instalação de câmeras nos abatedouros do Estado de São Paulo. Na matéria o
deputado solicita que câmeras sejam instaladas em toda a linha de produção,
desde o recinto onde os animais aguardam para serem abatidos, passando pelos
corredores que os levam para o abate e o ponto exato onde ocorre a
insensibilização, até o golpe fatal, a retirada de sangue e a separação das
partes, ou seja, mostrando realmente todas as etapas.
“Afinal, sem fiscalização, como podemos garantir que os
animais não sofram com métodos desumanos, até mesmo piores do utilizado no
programa Tempero de Família?" – ressaltou o deputado.
Fãs de carne, em geral, normalmente não sabem o que acontece
antes de seus pratos chegarem à mesa. Sequer imaginam o quão cruel pode ser a
morte de um animal que será alvo do seu prato principal.
Conforme salienta o parlamentar, é um dever do Estado
promover a educação e informação dos consumidores quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria das relações de consumo. E é direito do
consumidor receber informações corretas, claras, precisas e ostensivas sobre as
características dos produtos que adquire, dentre elas a origem e o método de
produção.
Além disso, a falta de higiene em muitos desses locais de
abate é de deixar espantado os consumidores de carne. Vez por outra, denúncias
mostram funcionários trabalhando em condições deploráveis, pondo em risco a
saúde de quem come o que é produzido. Além disso, doenças como cisticercose,
tuberculose e toxoplasmose são apenas três das infecções que podem surgir da
falta de regulamentação e fiscalização dos abatedouros.
“Com isso, a instalação de câmeras é uma alternativa para
tornar a fiscalização dos abatedouros simples e rápida, cobrando das empresas
fornecedoras de carne um mínimo de respeito aos animais sacrificados”, finaliza
o deputado Feliciano.
*Ricardo Viveiros
& Associados – Oficina de Comunicação
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