Horário de Verão e seus efeitos
negativos!
Um estudo
realizado recentemente no Brasil concluiu que o corpo humano precisa de ao
menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Enquanto essa
adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e
sono fragmentado.
O horário de
verão 2015 começou no Brasil no último dia 18, e vai até o dia 21 de fevereiro
de 2016. Nesse período, o relógio é adiantado em uma hora. A medida é comum em muitos países.
Com mudança
no horário, as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera
modificações fisiológicas no organismo.
Um estudo
desenvolvido pelo pesquisador Guilherme Silva Umemura, no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e
Ritmos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São
Paulo, enfocou como a mudança no relógio influi na temperatura do corpo humano.
“Com a mudança no horário as pessoas são
obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações
fisiológicas no organismo”, afirmou.
Fadiga
Segundo ele, a temperatura do corpo começa a
subir mais cedo do que antes do horário de verão. Isso aponta para uma
desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de
repouso.
"Essa dessincronização entre
diferentes ritmos gera problemas, desde fisiológicos como distúrbios de sono. A
pessoa fica mais propensa a ter deficits de atenção, pode ter maior fadiga
durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a
diminuição da duração do sono”, disse ele.
A falta de
atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e
acidentes de trabalho. No começo do horário de verão, de acordo com ele, a
maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo
atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada
por sentir sono mais tarde – o que afetaria negativamente o sono noturno. Os grupos mais afetados são os adolescentes e
os jovens adultos, segundo o pesquisador. Porém, na maioria dos casos aos
poucos o corpo começa a “se acostumar” com a nova rotina.
"No nosso trabalho nós observamos que 14
dias seria o mínimo necessário para a pessoa se adaptar ao horário de verão, mas,
embora isso seja menos comum, para algumas pessoas os sintomas podem perdurar
até fevereiro, quando ocorre a mudança para o horário normal”, disse ele.
Para chegar
a essas conclusões Umemura fez uma pesquisa, monitorando dia e noite com
aparelhos um grupo de cerca de 20 pessoas – tanto no início como no fim do
horário de verão do ano anterior.
O assunto da influência do tempo no corpo das
pessoas – a chamada cronobiologia – deve ser até tema de um simpósio
latino-americano no Estado de São Paulo, em novembro.
A mudança de
horário afeta mais quem tem rotinas mais rígidas de trabalho. Mas para quem tem maior flexibilidade de
tempo, o recomendado é tentar minimizar os efeitos da mudança. Uma receita é ir acordando 15 minutos mais
cedo diariamente, para que a transição ocorra aos poucos.
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