Mensagem à Cúpula de
Desenvolvimento Sustentável, da ONU
Nova York, 25 de setembro de 2015
Aos ilustres participantes da Cúpula
de Desenvolvimento Sustentável, da ONU.
Tenho a satisfação de saudar os signatários da desafiadora
proposta intitulada “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável”, reunidos na sede das Nações Unidas, em Nova York,
dos dias 25 a 27 de setembro. Trata-se de um momento marcante para a História,
quando líderes mundiais oficialmente adotarão os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as 169 metas correspondentes, resultado de
um amadurecimento da cooperação internacional em torno de medidas que possam garantir
nosso porvir como planeta e Humanidade.
A LBV, que se associou às Nações Unidas em 1994, integrando
o Departamento de Informação Pública (DPI), e possui status consultivo geral no
Conselho Econômico e Social (Ecosoc), desde 1999, tem a honra de contribuir
para mais essa etapa memorável de renovada parceria entre as nações, bem como
se orgulha dos bons frutos oriundos do trabalho em conjunto com a ONU, durante
essas décadas. Assim como estivemos juntos na promoção dos oito Objetivos do
Milênio, reafirmamos nosso engajamento em mais esse esforço — trazendo nosso
humilde apoio — em favor de um futuro melhor para os povos. Desejamos ver o
progresso partilhado com todos, pois, aliado ao desenvolvimento sustentável,
acreditamos que o desenvolvimento solidário deva, antes de tudo, iluminar as
ações dos habitantes — do maior ao menor — de nossa morada coletiva.
Conforme respondi ao jornalista italiano radicado no Brasil
Paulo Parisi Rappoccio, em entrevista que lhe concedi, a 18 de outubro de 1981,
a Solidariedade se expandiu do luminoso campo da ética e se apresenta como uma
estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar e garantir a sua própria
sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da
Fraternidade, que espiritualiza e enobrece a Economia e solidariamente a
disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza.
Por isso, é fundamental convergir todas as ferramentas
disponíveis para a Solidariedade Ecumênica e compartilhá-las, para que se
promova, com maior rapidez, a transição para o pleno desenvolvimento
sustentável. Integrados esses instrumentos que visam ao bem comum, pelo
autêntico sentido de Amor Fraterno e de Justiça, que nos distinguem dos animais
ferozes, poderemos fazer cessar os horrores que ainda persistem no mundo. Além
de superar todas as mazelas sociais — dure o tempo que durar a luta —, é nosso
dever construir, unidos, um modelo novo de desenvolvimento que efetivamente
preserve a vida neste orbe.
A Legião da Boa Vontade, fundada há quase 66 anos, por
Alziro Zarur (1914-1979), batalha diuturnamente contra a fome e as
desigualdades sociais e em prol da sustentabilidade e da educação com
Espiritualidade Ecumênica, jamais se esquecendo de empreender hercúleo combate
à pior das carências, que atravanca, de maneira direta, o êxito de qualquer
tentativa de transformação benéfica na Terra: a falta de Solidariedade, de
Fraternidade, de Misericórdia, de Generosidade, de Altruísmo, de Justiça; por
conseguinte, a aridez do Espírito, do coração. Por essa razão, é mais que atual
relembrar a milenar regra ensinada pelo filósofo, ativista religioso e social
Jesus, quando proferiu esta Palavra de Paz: “Amai-vos uns aos outros como Eu
vos amei. (...) Não há maior Amor do que doar a sua própria Vida pelos seus amigos”
(Evangelho, segundo João, 13:34 e 15:13).
Quando a ONU completa 70 anos de existência, nossos votos
são de pleno sucesso a esta notável Cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável.
Nosso recado final é o de que o sentimento de Boa Vontade possa inspirar coragem,
perseverança, otimismo e criatividade para o cumprimento desta auspiciosa
agenda global sem precedentes.
*José
de Paiva Netto é diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV)
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