A rejeição pelo
parceiro na gravidez
*Cynthia Boscovich
A gravidez é um período em que muitas coisas podem
acontecer. Talvez seja por isso que existam tantos mitos sobre alguns
comportamentos da gestante. Quem nunca se deparou com uma grávida falando sobre
o seu desejo de comer determinado alimento, colaborando com a tese de que não
pode passar vontade neste período?
Algumas mulheres se desconhecem durante a gestação. Tanto em
relação a sentimentos, sensações e vontades, quanto em relação a comportamentos.
No âmbito sexual, é tão comum observarmos um aumento do
desejo sexual pelo parceiro, como até mesmo a repulsa do mesmo, e isso não
necessariamente tem qualquer ligação com a realidade ou com o relacionamento do
casal.
Parece estranho, mas é mais comum do que imaginamos, a
mulher rejeitar o parceiro após a gestação e também após o nascimento do bebê.
Há mulheres que sentem até enjôo pelo cheiro do parceiro,
além da rejeição do mesmo inclusive sexualmente. Uma das possíveis respostas
para isso a própria natureza nos dá, pois a mulher precisa cuidar da sua cria e
não aumentá-la, justificando assim a diminuição da libido. Entretanto, isso não
quer dizer que seja algo fácil de ser lidado pelo parceiro, pois ele além de
estar envolvido com a gestação, também tem as suas próprias questões
(conscientes ou inconscientes), muitas vezes não tão simples de serem
administradas.
Uma outra explicação para a repulsa do parceiro, é que o
centro da mulher se encontra em seu ventre,
e tudo o que ela vive e sente está relacionado ao bebê que se desenvolve
dentro dela. E após o nascimento, o foco passa para atender às necessidades
deste serzinho que é absolutamente dependente de outro para sobreviver. Do
ponto de vista do bebê, isso é necessário para que se desenvolva física e
psiquicamente saudável. Contudo, se o parceiro não estiver maduro para suportar
essas mudanças, talvez o relacionamento sofra com isso.
Buscar ajuda e
orientação nesse período pode ser de grande valia para todos, inclusive para o
bebê que necessita de um ambiente estável e tranquilo para se desenvolver.
*Cynthia Boscovich é psicóloga clínica,
psicanalista. Membro regular da Sociedade Brasileira de Psicanálise
Winnicottiana. Atende adolescentes e adultos em seu consultório. Desenvolve
também um trabalho específico com gestantes, mães e bebês, na área de prevenção
e tratamento. www.cuidadomaterno.com.br
**Sacha Silveira Assessoria de
Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário