Um novo Brasil?
*Fernando
Pinho
A nação brasileira tem assistido estupefata, desde 2014,
a uma série de eventos políticos e econômicos nunca imaginados. Por um lado,
alegria, pelo fato de que as instituições estão funcionando mesmo com sérios
problemas. De outro, um sentimento de extrema tristeza ao descobrir o
descalabro moral e econômico em que se encontra o Brasil.
Como tudo em nossas vidas, não há como desistir da
esperança de dias melhores, para que as próximas gerações possam viver num
ambiente sócio/político e econômico mais saudável. Sem dúvida alguma, muitas
dificuldades ainda serão enfrentadas, mas há alguns fatos alvissareiros que
precisam ser considerados:
1) A chegada de Temer ao comando do país revela-se algo
positivo, tanto pela possibilidade de corrigir falhas de gestão como pela saída
de um governo que se mostrou despreparado para exercer o poder;
2) O forte movimento de debandada do PT e de proximidade
com a presidente para não só evitar uma derrocada, como tentar uma chance em
2018;
3) Michel Temer se compromete a não candidatar-se às
eleições de 2018, o que aumenta as chances de angariar apoio expressivo na
Câmara;
4) O PSDB já se juntou ao futuro governo, não apenas como
apoio no Congresso, mas como integrante ministerial;
5) Meirelles, ex-presidente do Banco Central, tem
credibilidade política e técnica para executar os ajustes necessários;
6) As reformas de caráter estrutural (Trabalhista,
Previdenciária, extinção da estabilidade do funcionalismo público e
desvinculação orçamentária), antes consideradas desnecessárias, agora são
consideradas como prioritárias;
7) A privatização de estatais deficitárias e do setor de
infraestrutura;
8) Aumento dos preços das commodities no mercado
internacional (minério de ferro, soja e petróleo)
9) As taxas de juros nos contratos de longo prazo
negociadas no mercado estão em queda, bem como as perspectivas inflacionárias
para o biênio 2016/17;
10) Com o fortalecimento das Contas Externas, espera-se
um saldo positivo da Balança Comercial de U$ 54 bilhões, ante o negativo de U$
7 bilhões em 2015. Também o desmonte das intervenções do BC no mercado cambial
é um fator satisfatório, já que o nível de turbulência deve amainar-se com a
troca de governo;
11) Fim da vinculação das aposentadorias ao salário
mínimo e um ajuste no valor exagerado das pensões;
12) O capital
estrangeiro não especulativo começa a movimentar-se em direção ao Brasil;
13) Franca recuperação das exportações;
Indubitavelmente, se pelo menos uma parte dessas ações
elencadas for colocada em prática, com êxito, já no segundo semestre deste ano
será possível perceber uma sensível melhora nas expectativas em relação à
economia brasileira.
*Fernando
Pinho, 60 anos, natural de Bauru (SP), é economista e consultor financeiro da
Prospering Consultoria, é pós-graduado
em Psicologia Econômica pela PUC/SP e Mestre em Finanças pela Universidade
Mackenzie.
** Ralcoh
Comunicação
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