Perda auditiva pode
surgir em qualquer idade
Problema tem maior incidência
entre público jovem
Exposição excessiva ao
som alto e em fones de ouvido pode ser a causa
Aproximadamente 360
milhões de pessoas no mundo sofrem com algum tipo de perda auditiva
incapacitante, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Muito associado à
idade, o problema pode acometer pessoas em qualquer faixa etária. Ao contrário
do que acredita o senso comum, apenas um terço dos indivíduos com perda
auditiva são idosos, a maior parte está entre adolescentes e jovens adultos.
Nem mesmo as crianças estão livres, são 32 milhões delas nessa condição.
Entre os principais sintomas da perda auditiva estão zumbido
constante, cefaleia, tontura, irritabilidade e desconforto com sons intensos,
que podem ser acompanhados por perda da capacidade de entender conversas com
ruídos ao fundo, dificuldade em identificar de onde os sons estão vindo e de
acompanhar conversas em grupo.
Para o Dr. Celso Becker, otorrinolaringologista da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a falta de informação pode
atrapalhar o diagnóstico. "É mito pensar que perda auditiva é um problema
que atinge apenas pessoas na terceira idade. Quando apresentam os sintomas,
crianças e jovens devem procurar um especilista para que o diagnótico seja
feito de maneira rápida. É importante que os pais estejam atentos, quanto antes
buscarem tratamento, mais efetiva é a reabilitação", explica.
Em pesquisa recente, realizada pela Med-El, empresa
austríaca líder mundial no mercado de soluções auditivas, verificou-se que a
perda auditiva é desconhecida por grande parte da população, que ignora causas,
sintomas e até mesmo maneiras de prevenção. O estudo mostrou que a população,
em geral, não tem consciência sobre a perda auditiva e suas consequências.
Mais da metade dos entrevistados não busca conhecimento
sobre a saúde auditiva (57%). Além disso, 64% deles não sabe como prevenir o
problema. O estudo traz outro dado preocupante, metade da amostra (50%) afirmou
procurar um médico apenas quando apresenta dificuldade em ouvir ou entender as
pessoas, sinal de que já existe algum nível de perda auditiva. Outros 17%
procurariam um especialista somente se não conseguissem ouvir absolutamente
nada.
Como os sintomas são pouco identificados ou reconhecidos,
principalmente por falta de informação, é preciso atenção aos sinais que podem
caracterizar o problema como pedir com frequência para que outros repitam o que
disseram, deixar a TV ou o rádio em volumes muito altos, entre outros.
A perda auditiva nas faixas etárias
Crianças - Cerca de 1 a 3
bebês de cada 1000 recém-nascidos tem perda auditiva. Na pesquisa realizada
pela Med-El, em relação aos sintomas, 48% dos entrevistados afirmou reconhecer
os sintomas em crianças. No caso delas, os sinais mais frequentes de dano
auditivo são comportamentais como busca de contato visual para se comunicar e
isolamento.
Quando a criança não responde a sons fortes ou não consegue
identificar de onde vêm sons e vozes; não segue instruções ou as segue de
maneira incorreta; não tem desenvolvimento da fala além de balbucios; não
responde às vozes ou apresenta comportamento agressivo ou de frustração, é
preciso atenção. Pode ser que já apresente um quadro de perda auditiva e
precise do acompanhamento de um especialista. O problema pode ser detectado por
meio de um exame, realizado inclusive em recém nascidos.
Jovens/Adultos - Segundo a OMS, cerca de 1
bilhão de jovens em todo o mundo corre o
risco de perder a audição em função do hábito de ouvir música em alto volume.
Em países desenvolvidos, a situação é tão grave que mais de 43 milhões de
pessoas, entre 12 e 35 anos, já sofrem de surdez incapacitante. A OMS estima
que 50% de pessoas nessa faixa etária está exposta a riscos pelo uso excessivo
de fones de ouvido e 40% pelos altos níveis de ruído em casas noturnas e bares.
A pesquisa realizada pela Med-El apontou que 54% dos entrevistados, na faixa
entre 18 e 25 anos, se submetem voluntariamente a situações de sons altos por
mais de 4 horas/dia em suas atividades de lazer e 34% ficam mais de 8 horas com
fone de ouvido no volume alto.
Idosos - O
envelhecimento pode, naturalmente, desencadear a perda auditiva. Quando acomete
o idoso, pode trazer isolamento, frustração, depressão, entre outros problemas
psicológicos. É comum caracterizar pessoas nessa faixa etária como confusas ou
distraídas, no entanto, é possível que esses pontos sejam apenas reflexos da
perda auditiva, que causa grande impacto sobre a qualidade de vida desse
público. Com o envelhecimento da população, o quadro é cada vez mais
preocupante. De acordo com a pesquisa realizada pela Med-El, a falta de
prevenção tem índice elevado na 3ª idade (62%).
*Burson Marsteller
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