Presidentes
de entidades de classe dizem o que esperam do Governo
Os presidentes da Associação Brasileira da Indústria
Gráfica (Abigraf), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
(ABIT), Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e da Câmara
Brasileira do Livro (CBL) expõem suas expectativas com relação ao governo do
presidente em exercício Michel Temer, iniciado nesta quinta-feira (12 de maio).
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast e vice
presidente da Fiesp, salienta que “são urgentes ações para reequilibrar o
orçamento e tornar sustentável a trajetória da dívida pública”. Essas medidas,
juntamente com o encaminhamento das reformas necessárias, “contribuirão para
recuperação da confiança na economia brasileira, redução da taxa de juros e
equilíbrio cambial”. Para ele, a retomada da competitividade da economia
nacional depende das seguintes medidas: simplificação e redução da carga
tributária para o setor produtivo; menor custo de financiamento; investimentos
em infraestrutura; pesquisa e desenvolvimento (P&D); e avanço da educação,
com consequente aumento na produtividade.
“Se começarmos hoje, aproveitando a energia positiva que
brota da renovação do governo, o efeito positivo dessas medidas levará algum
tempo para ser percebido, pois os resultados de mudanças estruturais profundas
não são instantâneos. Seus impactos na economia demoram um tempo para se
consolidar e produzir resultados concretos. Mas, precisamos fazer”, afirma
Roriz.
Levi Ceregato, presidente da Abigraf Nacional, afirma ser
premente a retomada do investimento público e privado em infraestrutura
produtiva, social e urbana, incluindo o setor de energia, como petróleo, gás e
fontes alternativas. Também é importante destravar o setor da construção. “Outra
providência urgente é resgatar a competitividade da indústria de transformação,
visando ao aumento da produção e das exportações. Nesse contexto, são urgentes
políticas de incentivo às cadeias produtivas e voltadas à reindustrialização do
Brasil. É necessário trabalhar para equalizar o câmbio, pois o dólar muito
baixo limita as exportações e muito alto, encarece muito os insumos
importados”. Como exemplo dessa questão cambial, Levi cita a indústria gráfica,
que tem pago elevado preço pelo papel importado, devido à elevação do dólar, e
enfrenta reajustes muito altos também da matéria-prima nacional.
“Entendemos ser
urgente, ainda, ampliar o financiamento de capital de giro para as empresas,
bem como adotar políticas de fortalecimento do mercado interno para incremento
dos níveis de consumo, emprego, renda e direitos sociais. E seguem sendo
necessárias reformas estruturais do regime tributário, da previdência e
trabalhista”, enfatiza Levi.
Rafael Cervone, presidente da ABIT, destaca “a
predisposição do presidente em exercício Michel Temer de ouvir os setores
produtivos, ao preservar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC). Mais do que preservar a Pasta, é importante manter no âmbito
de suas atribuições a área de comércio exterior. Isso é necessário para
fortalecer a posição da indústria nacional nas discussões de acordos e
negociações internacionais, multilaterais e bilaterais”. É preciso considerar
que o ministério e suas secretarias e organismos agregados têm longa experiência
e conhecimento acumulado em temas muito estratégicos para o País”.
Cervone ressalta a importância de cada um dos órgãos do
MDIC: “A APEX Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos), que desempenha papel significativo, focado na busca de mercados
e promoção comercial. Também é importante o trabalho da Secretaria de Comércio
Exterior, que tem dentre suas funções a condução e gestão das políticas
comerciais. A ABDI (Agência de Desenvolvimento Industrial) desempenha missão
significativa no tocante à competitividade e avanço tecnológico. O Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) cria fundamentos de
regulação, essenciais para a inserção global do Brasil e a celebração de
acordos multi e bilaterais. E o Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI) precisa ser revitalizado e ter sua atuação agilizada, de modo que o
registro de marcas e patentes ganhe velocidade compatível com o ritmo da
economia mundial”.
O presidente da CBL, Luís Antonio Torelli, afirma que “a
entidade está atenta a todos os passos para a superação da crise brasileira e
continuará a cobrar robustas políticas
para a cultura e para a educação,
em especial para o livro e a leitura”.
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