Setor de serviços
paulista elimina mais de 138 mil empregos formais em um ano, aponta
FecomercioSP
Apenas nos dois
primeiros meses de 2016 já foram cortados 1.511 postos de trabalho; dados fazem
parte de pesquisa inédita da Federação
São Paulo, 05 de maio de 2016 - Em fevereiro, o saldo de
empregos formais no setor de serviços no Estado de São Paulo foi positivo em
5.905, resultado de 199.520 admissões e 193.615 desligamentos. Apesar de
positivo, foi o menor valor para o mês desde 2007, início da série histórica.
Nos dois primeiros
meses do ano, o saldo é negativo em 1.511 empregos. No saldo acumulado de março
de 2015 a fevereiro deste ano, foram fechados 138.710 postos de trabalho no
setor de serviços paulista. Para se ter uma ideia do ritmo acelerado de
eliminação de empregos formais no setor, em fevereiro de 2015, o saldo
acumulado nos 12 meses anteriores era positivo em 79.010 empregos.
Os dados compõem a inédita Pesquisa de Emprego no Setor de
Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência
Social (MTPS) por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado
de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais
(Rais).
Das doze atividades pesquisadas, nove apresentaram queda no
estoque de empregos na comparação entre fevereiro e o mesmo mês de 2015. Os
destaques negativos foram as atividades de informação e comunicação (-4,3%),
transporte e armazenagem (-4%) e administrativas e serviços complementares
(-3,6%). Apenas o setor de serviços médicos, odontológicos e serviços sociais
apresentou crescimento significativo (+1,1%) do estoque de funcionários.
Segundo a FecomercioSP, o desempenho do mercado de trabalho
do setor de serviços está alinhado com o cenário brasileiro. Para a assessoria econômica da Entidade, a
redução do quadro de empregados se dá por uma demanda cada vez mais fraca tanto
por parte das famílias, que estão reduzindo o consumo, quanto por parte das
empresas, que estão cortando despesas em atividades como consultoria e
publicidade, por exemplo.
Com relação aos dados por ocupações, os maiores saldos
negativos foram observados nas seguintes funções: Escriturários em geral,
agentes, assistentes e auxiliares administrativos, com o fechamento de 2.451
postos de trabalho, seguido por vendedores e demonstradores (-2.184) e pelos
trabalhadores de informações ao público (-1.746).
Capital paulista
Foram eliminados 693 postos de trabalho no setor de serviços
da cidade de São Paulo em fevereiro; e no ano são 3.219 empregos formais a
menos. No acumulado dos últimos 12 meses a redução chega a 48.715 empregos com
carteira assinada, o que representa uma redução de 1,4% do estoque total de
trabalhadores assim como no âmbito estadual, trata-se da maior queda já
registrada desde 2007.
A eliminação de vagas está diretamente relacionada à queda
das receitas do setor. Segundo a Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços
(PCSS), realizada pela FecomercioSP a partir dos dados de arrecadação do ISS
fornecidos pela Prefeitura de São Paulo, o faturamento real do setor de
serviços da capital caiu 3,1% nos doze meses até janeiro de 2016.
Das 12 atividades
analisadas na pesquisa de emprego, o destaque negativo de fevereiro ficou por
conta do setor de serviços de informação e comunicação (-1.887 postos de
trabalho), com destaque para os serviços de tecnologia da informação (-939
vagas). Por outro lado, foi registrado desempenho positivo em serviços
educacionais, com a criação de 4.247 postos de trabalho.
Nota metodológica - A
Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços)
analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está
estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte
e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras
e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas;
administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e
seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes,
cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são
extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Previdência Social, por
meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu
resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com
base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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