A Política mais
inteligente
Paiva
Netto
No livro É
Urgente Reeducar!, escrevi: O Ecumenismo da Fraternidade será a razão de
ser das criaturas humanas no transcurso do terceiro milênio. É uma questão de
progresso (e de sobrevivência), no qual, de certa forma, acreditou boa parte de
gerações e gerações que nos antecederam. Se assim não cressem e não agissem,
onde estaríamos hoje? Talvez na era da pedra lascada!...
O Amor não é degradação de corpos nem de mentes, e
sim a Força de Deus, da Sabedoria Suprema em nós, ou lá como pensem os Irmãos
ateus acerca dos assuntos mais elevados. Amar é um ato de coragem. Foi o
exemplo que nos ofereceu Jesus. É a Política mais inteligente que um
indivíduo pode conceber. Ela contempla ainda o correto entendimento do axioma
de Confúcio (551-479 a.C.): “Paga-se
a Bondade com a Bondade, e o mal com a Justiça”. Ou seja, é imperioso ter
bom senso.
Conforme ressaltei ao meu velho amigo jornalista Paulo
Parisi Rappoccio, em 1981, instruir com acerto é boa Política, porque
educar e espiritualizar redime as criaturas, as nações, a Natureza, o planeta.
Não podemos progredir destruindo o mundo, a nossa casa coletiva, por efeito de
ignorância não apenas intelectual, como também, e principalmente, moral e
espiritual.
Trata-se de Política excelente. A providência de
educar, reeducar, instruir, espiritualizar no caminho da Paz, resultante da
confraternidade das numerosas culturas que compõem a civilização que, em si
mesma, é una, planetária. (E não esqueçamos jamais que a nossa existência não é
unicamente física, porquanto começa no Céu, ou Mundo Espiritual, antes de
sermos carne.) Do contrário, o que poderá vir a abater-se sobre a Terra será o
doloroso inverso do Amor, a exemplo desse ecocídio que provocamos por aí. Pois,
na verdade, já que fazemos indissociável parte do esquema planetário de
sobrevivência, estamos então cuidando, com contumácia, de nossa automatança
coletiva.
Talvez, ao descrever “A Grande Tribulação”
(Evangelho, segundo Mateus, 24:3 a 28; Marcos, 13:3 a 23; e Lucas,
21:7 a 24), Jesus esteja narrando a consequência desse esforço humano colérico.
Diante disso, é flagrantemente necessário espiritualizar, dentro do Ecumenismo
dos Corações, as pessoas. Somente assim, e com perseverança, os diversos
segmentos da sociedade passarão a viver em harmonia, demore o tempo que for
preciso até que isso venha a ocorrer. Cabe aqui, perfeitamente, este raciocínio
profundo de Abraão Lincoln (1809-1865), que se encontrava exposto no
gabinete de Alziro Zarur (1914-1979), na antiga Rádio Mundial, no Rio de
Janeiro/RJ, Brasil, naquele tempo, de 1956 a 1966, a Emissora da Boa Vontade: “O homem que se decide a parar até que as
coisas melhorem verificará, mais tarde, que aquele que não parou e colaborou
com o tempo estará tão adiante que jamais poderá ser alcançado”.
Costumo afirmar em minhas palestras que, se é
difícil, comecemos já, ontem!, porque resta muito a ser feito.
E quando digo seres espiritualizados, quero
reiterar: revestidos do Amor Fraterno, que a Humanidade precisa viver, também
politicamente, com urgência. Como escreveu José Bonifácio (1763-1838), o
patriarca da Independência brasileira: “A
sã Política é filha da Moral e da Razão”.
Assim é a ação religiosa e política do Ecumenismo
dos Corações, aquele que levanta o caído; que não se precipita ante as ilusões
das contendas filosóficas, quando estas ocorrem apenas pelo prazer de discutir
assuntos, sem levar em conta o que padece à beira do caminho. Ele não se
influencia pelas lucubrações do intelecto quando arrogante. Pelo
contrário. Ilumina-o incansavelmente toda vez que é convocado a manifestar sua
qualidade excelsa. Desconhece os ódios, isto é, não os vive nem os dissemina. É
Amor Fraterno, que promove a Estratégia da Sobrevivência, que espiritualiza a
Economia e a disciplina. (...) É o Ecumenismo Irrestrito.
José de Paiva
Netto, jornalista, radialista e escritor.
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