Problemas de atenção e processamento
de informação são responsáveis por mais de 60% dos acidentes fatais
Semana Nacional de Trânsito estimula
que cada um seja a mudança
A Semana Nacional de Trânsito, promovida pelo Conselho
Nacional de Trânsito (Contran), traz como tema em 2015 “Década Mundial de Ações
para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Seja você a mudança”. O objetivo é
incentivar comportamentos seguros para a redução de acidentes. Durante o
período, acontecerão ações de abrangência nacional, como convite à participação
de toda a sociedade no esforço para um trânsito mais seguro.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizaram
cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países, em 2009.
Ainda segundo a organização, as principais causas de mortalidade no trânsito
são excesso de velocidade, uso de álcool e condução, falta de uso do cinto de
segurança, de dispositivos de segurança para crianças e de capacete por
motociclistas. De acordo com informações do Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran), “é importante alertar que, para mudar esse quadro, dependemos da
mudança de atitude de todos os atores no trânsito (pedestres, ciclistas, passageiros
e condutores). O ator do trânsito deve ser tratado como alguém que tem o poder
de decidir o seu destino e que é responsável pelas próprias ações e vai sofrer
as consequências de suas escolhas”.
Para a especialista Renata Torquato, doutoranda em Psicologia
pela Universidade de Oslo, mudar comportamentos no trânsito não é uma tarefa
simples. Por isso, para se aumentar a chance de sucesso é necessária uma
estratégia que envolva diferentes ações, focadas em aspectos de educação,
fiscalização e engenharia. “Depois de delimitar o público-alvo e o
comportamento que se pretende mudar ou estimular, é necessário educar e
informar os usuários das vias públicas sobre o comportamento em questão, bem
como suas consequências. Nessa etapa, pode-se fazer o uso de campanhas,
palestras, competições, entre outros”, afirma.
Na opinião da psicóloga, é necessário que se discuta e se
cobre das autoridades um planejamento de mobilidade que tenha como premissa os
deslocamentos dos pedestres e ciclistas. “A interação entre os diferentes tipos
de usuários das vias deve ser pensada, com estratégias que minimizem os
conflitos entre os usuários da via, ou as possíveis consequências desses
conflitos. A manutenção de um ambiente seguro e favorável para todos os
usuários deve ser o ponto de partida para se estimular outros meios de
transporte que não sejam motorizados”, sugere.
O gerente de Produtos da Perkons, Ricardo Simões, lembra que
há tecnologias que podem coibir o mau comportamento no trânsito. Para ele, a
fiscalização é indispensável para que ocorram mudanças de conduta. “As
possibilidades de aplicação da tecnologia para desencorajar os comportamentos
inseguros no trânsito estão crescendo. Condutas que não eram possíveis de serem
medidas, agora podem ser monitoradas por câmeras de videomonitoramento em
rodovias e cidades”, conclui.
Fator humano é a
principal causa de acidentes
José Aparecido da Silva, psicólogo e professor titular do
campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, explica que raramente
ocorrem problemas mecânicos sérios responsáveis pelos acidentes fatais. Do
mesmo modo, o ambiente tem sido otimizado e acidentes dificilmente são
provocados por algum fator ambiental. Por outro lado, a ação humana, por
envolver fatores cognitivos (inteligência), emocionais-motivacionais e de
personalidade são responsáveis por boa parte dos acidentes fatais. “Problemas
relacionados ao processo de atenção, tomada de decisão e processamento de
informação são responsáveis por mais de 60% dos acidentes fatais. Aliado a
isso, fatores de personalidade e cognitivos têm elevado esta porcentagem”,
informa. O professor acredita que é preciso selecionar melhor os motoristas,
através de exames de habilitação que realmente possam prever a capacidade dos
mesmos em identificarem situações de risco no trânsito. Na Austrália e outras
nações europeias, por exemplo, é utilizado o Hazard Perception Test, um
simulador com diferentes cenários e situações de trânsito, onde é possível
avaliar a capacidade dos motoristas em detectar situações de perigo, considerando
percepção, atitudes e velocidade de processamento de informação.
Dicas para um
comportamento consciente no trânsito
- Os limites de velocidade devem ser respeitados
- Jamais dirija depois de consumir bebida alcoólica
- Utilize sempre o cinto de segurança. O mesmo vale para
todos os ocupantes do veículo
- Fale ao celular somente quando não estiver dirigindo
(antes de iniciar a jornada ou durante, se estacionar o veículo em local
adequado)
- Não escreva mensagens ou utilize aplicativos no celular quando
estiver dirigindo
- Sempre obedeça a sinalização
- Pare para descansar quando estiver cansado ou não estiver
se sentindo bem
*Assessoria de
Imprensa – Grupo Excom
Nenhum comentário:
Postar um comentário