Os parasitas e a reforma fiscal
*Rubens Passos
Entra em cena mais uma grande mentira. Com o propósito de
aumentar os impostos para pagar o rombo nas contas publicas, usa-se a máscara
da reforma fiscal para que os brasileiros menos esclarecidos engulam mais
impostos sem reclamar. Mesmo que apenas alguns setores da economia sejam
inicial e diretamente atingidos, os tributos serão repassados aos produtos e
serviços e, no final, todos pagarão mais.
Em 1975, a carga tributária no Brasil era de 23% do PIB, passando
a 30% em 1990, 36% em 2004 e caminhando para 40%. Na maior potência econômica,
os Estados Unidos, não passava de 24% em 2012. O aumento dos impostos no Brasil
resulta de politicas públicas assistencialistas e populistas e do crescimento
exagerado dos quadros de pessoal, principalmente cargos em comissão para
apaniguados políticos. Assim, a máquina administrativa torna-se, cada vez mais,
um parasita do sistema produtivo e a sociedade.
O mais grave é a baixa produtividade do Estado, bem como a
péssima qualidade dos serviços públicos e o pífio retorno à sociedade dos
tributos pagos ao erário. A responsabilidade primordial de manter a segurança
da população não é cumprida. Os índices da criminalidade são cada vez mais
assustadores. Somos obrigados a viver quase em jaulas, com muros altos e arame
farpado protegendo as casas. É isso ou ficar à mercê do crime organizado. Temos
medo ao sair de nossas residências para ir ao trabalho.
A saúde e a educação também são precárias, assim como a
infraestrutura de transportes. E mais: no país com a maior reserva hídrica do
Planeta, estamos à beira de um colapso no fornecimento de água em São Paulo e
outros Estados e temos uma das energias mais caras do mundo, apesar da
abundância hidrelétrica. Ou seja, pagamos muito e recebemos pouco do Estado.
Nossa jovem democracia, que completa 30 anos em 2015,
considerando a posse, em 1985, do primeiro governo civil após o golpe militar,
foi um dos grandes avanços de nossa história, mas ainda não nos proporcionou
crescimento econômico sustentado e desenvolvimento. Seguimos premidos por um
pensamento assistencialista, que permeia e domina a linha programática e
política da maioria dos partidos. A carga tributaria inibe e inibirá mais ainda
a economia e o progresso da sociedade. Na grande crise mundial de 2008, os
países desenvolvidos aliviaram os impostos e baixaram os juros a zero para
estimular a economia.
Com a maxidesvalorização do real e descontrole da inflação,
somos obrigados a engolir a politica de terra arrasada atual, e todos os
brasileiros pagarão a conta da irresponsabilidade deste governo, menos os
parasitas do sistema, pois seus cargos e suas verbas continuam intocados. Como
mudar, se continuamos com 25% de jovens que não terminam o Ensino Básico e
acabam servindo como massa de manobra a políticos populistas?
Precisamos de governantes com a devida competência para
conduzir nosso país à ordem e ao progresso basilares. Só existe futuro onde a
segurança, boa educação, disponibilidade de trabalho e incentivo ao
empreendedorismo, apoiados na livre iniciativa, são as alavancas de um país
melhor e não o assistencialismo que manobra massas e infla o sistema publico
(para o deleite de seus parasitas). Que se apresentem os melhores brasileiros
para que, nas urnas de 2016, tenhamos esperança de dias melhores.
*Rubens Passos,
Economista com MBA na Duke University, administrador, e presidente da
Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de
Escritório (ABFIAE) e da Tilibra.
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