Só o extintor salva vidas
Uso opcional de extintor em carros é
retrocesso para a segurança do usuário
O fim da
obrigatoriedade dos extintores de incêndio veiculares é uma grande perda para o
consumidor, que vai continuar pagando o mesmo preço pelo carro e fica sem um
equipamento de segurança fundamental. Se quiser um extintor para garantir as
vidas dentro de seu automóvel, vai ter de comprá-lo à parte, até mesmo quando
adquirir um zero-quilômetro.
Há 45 anos o
extintor faz parte dos veículos automotores no Brasil e é indispensável para
salvar vidas e proteger o patrimônio. Os carros pegam fogo, sim, e com muita
frequência, apesar dos avanços tecnológicos. Segundo boletim de saúde e
segurança do consumidor, divulgado pelo Ministério da Justiça neste ano, em
2014 mais 600 mil veículos tiveram recalls devido a riscos de incêndio. De
acordo com o Ministério Público e estatísticas do Corpo de Bombeiros, ocorrem
em torno de 13 mil incêndios por ano, quase 40 por dia, numa frota em que
apenas 37 % dos automóveis têm seguro. Só no Estado de São Paulo acontecem 7,7
mil incêndios em veículos por ano.
Na prática, o
número de incêndios veiculares é ainda muito maior, pois em geral o fogo é
extinto no local, sem a atuação dos bombeiros ou sem o acionamento de uma
seguradora. (No Brasil, apenas 14% dos 5.570 municípios dispõem de Corpo de
Bombeiros, o que pode dificultar o atendimento aos chamados com a agilidade
necessária.)
Para Cláudio Sachs,
diretor da Abiex – Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos contra
incêndio e cilindros de alta pressão –, a decisão do Contran (Conselho Nacional
de Trânsito) de não obrigar o uso de extintores automotivos não traz nenhuma
vantagem para o consumidor. O motorista pode perder a possibilidade de salvar
vidas e patrimônio.
Segundo ele, “desde
2009 a indústria trabalha para manter o abastecimento equilibrado e até propôs
um escalonamento – conforme o final das placas dos veículos - para a entrada em
vigor da obrigatoriedade do extintor de pó ABC, de forma que até dezembro de
2015 estariam com o equipamento sem transtornos para o usuário.”
O uso é bastante
simples e está demonstrado em figuras no próprio extintor. A Abiex tem treinado
policiais e realizado um intenso trabalho com os centros de formação de
condutores para o melhor uso dos extintores de incêndio veiculares. Além disso,
a Associação investe em educação para a prevenção de incêndios e está prestes a
divulgar um vídeo que indica passo a passo a melhor maneira de o motorista
utilizar o equipamento.
O Brasil produz
extintores de alta qualidade e tecnologia de ponta, que são exportados para
diversos países da América Latina, Europa e Oceania, onde o uso do equipamento
é obrigatório.
*Tamer Comunicação
Empresarial
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