Atropelamentos matam 475 milhões de
animais por ano
De acordo com relatório divulgado no início desse ano pelo
Ministério do Meio Ambiente, o país tem atualmente uma lista com 1.173 espécies
animais em risco de extinção. Porém, um número ainda mais assustador do que
esse é a quantidade de animais silvestres que morrem por atropelamento nas
rodovias de Norte a Sul do Brasil. São cerca de 475 milhões de mortes de
animais, por ano, segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de
Estradas (CBEE). Média de um óbito a cada 15 segundos.
“A expansão desenfreada das cidades e, consequentemente, a
diminuição das florestas naturais, é a principal causa desse problema. As
rotas, normalmente utilizadas, acabam sendo interrompidas e, em busca de
alimentos, muitos animais acabam indo para além de seu habitat natural, chegam
às áreas urbanas e se submetem a esse e outros riscos. Outro problema frequente
são as queimadas, que acabam afugentando muitos bichos das matas. Por instinto
de sobrevivência, fogem para onde podem”, diz Giuseppe Puorto, membro do
CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
Os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor
porte, são as principais vítimas, representando quase 90% das mortes por
atropelamento. Animais de médio porte, como gambás e macacos, cerca de 10%. De
maior porte, como as onças, antas e lobos, 5%. “Os animais de menor porte,
obviamente, são menos resistentes à colisão. Mas, entre os maiores, muitos
acabam sendo resgatados com graves ferimentos para serem tratados. Não
raramente, se tornam dependentes do homem para sobreviver”, conclui Puorto.
No Congresso, um Projeto de Lei (466/2015) sobre morte de
animais nas estradas, que conta também com o apoio da sociedade civil, está
tramitando em regime de urgência. Entre outras propostas, o PL prevê a criação
de passarelas ou pontes para a travessia dos animais e melhor sinalização nas
estradas. Ele já foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Transportes da
Câmara e agora segue para a Comissão de Meio Ambiente, com a expectativa de que
seja votado já no início de abril.
*Ex-Libris Comunicação Integrada
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