Cuidados para investir
na crise
Não é novidade para ninguém o cenário atual da economia no
país. As inconstâncias levam muitas pessoas a sérios problemas financeiros, não
só pela falta de educação financeira – que é cultural da população –, mas
também pela realização de investimentos errados.
A Caderneta de Poupança não vem sendo considerada ótima
escolha desde que começou a render menos que a inflação. Segundo o IBGE, em
2015, a poupança teve valorização de 8,15%, enquanto que a inflação oficial foi
de 10,67%. Paralelo a isso, o Tesouro Direto começou a se destacar; passou por
algumas mudanças, se tornou mais atraente e ganhou muitos adeptos.
Mas o que antes era considerado uma garantia de baixo risco,
hoje, é motivo de cautela: o governo. A modalidade funciona como se o
investidor emprestasse dinheiro para o Governo Federal, e em troca, depois de
um período, recebesse o valor de volta corrigido.
Os investidores estão sujeitos a pagamento de duas taxas na
aquisição: uma cobrada pela BM&FBovespa e outra cobrada pela instituição ou
intermediário financeiro com quem operará. Aí é que vem o impasse: se a
situação do Governo é uma incógnita e já estamos sentido alguns desses efeitos
colaterais na microeconomia, como podemos ter total segurança do pagamento dessa
dívida?
As perspectivas realmente não são boas. Recentemente, o
fundador do antigo Pactual, Luiz Cezar Fernandes, deu uma entrevista ao site O
Financista, na qual diz que, até 2018, a dívida pública deverá crescer
substancialmente, impossibilitando que o Governo a honre. Ele diz que “nem
mesmo a inflação alta será capaz de corroê-la”.
O que podemos entender é que o calote será tão expressivo
que quebrará as instituições bancárias. O resultado disso, se a situação se
confirmar, é que os investidores do Tesouro Direto serão afetados e sofrerão
prejuízos. Por isso, a recomendação agora, sem dúvida nenhuma, é de cautela.
Não é para se desesperar, tirar todo o dinheiro dessa
modalidade – caso já tenha aplicado – ou qualquer atitude extremista. O
interessante é analisar o todo, buscar se informar o máximo possível e, para
quem tem dinheiro para investir, espalhar seus recursos, ou seja, fazer uma
carteira de investimentos. Procurar destinar no máximo 20% para o Tesouro
Direto, como uma tentativa de proteger as finanças do que há por vir.
E para finalizar, buscar por conhecimento sobre educação
financeira. Diversos livros, palestras e cursos abordam o assunto de maneira
descomplicada e eficaz. Não há saída melhor do que essa para agir corretamente
em relação ao uso e à administração do dinheiro, em qualquer situação.
*Reinaldo Domingos é mestre em
Educação Financeira e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação
Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos
lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras.
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