Brasil mais olímpico
*Luiz Gonzaga Bertelli
Nos próximos dias, os holofotes do mundo estarão apontados
mais uma vez para o Brasil. São estimados cinco bilhões de espectadores para
acompanhar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, nos quais os principais
atletas do mundo disputarão 42 modalidades e 306 medalhas. Em recente pesquisa
do Ibope, 60% dos brasileiros estão pessimistas quanto aos legados do
megaevento. Sem entrar no mérito se os jogos deveriam ou não ser realizados no
Brasil, o fato é que, na época em que o Rio de Janeiro foi escolhido como sede
da primeira olimpíada da América do Sul, o país vivia uma fase de crescimento
econômico que beirava os 7% ao ano e tinha taxas de pleno emprego – o que fez
derrotar, até mesmo, a candidatura da norte-americana Chicago.
A Olimpíada é o maior evento do planeta. Estarão
representados na Cidade Maravilhosa 204 países dos cinco continentes. Apesar de
nomes conhecidos como o velocista jamaicano Usain Bolt, o nadador
norte-americano Michael Phelps, o tenista espanhol Rafael Nadal e o nosso
Neymar Junior, boa parte dos mais de 10 mil atletas vem de países sem tradição
no esporte e passou por muitas dificuldades para atingir o sonho olímpico de
representar sua nação.
O esporte tem um simbolismo mágico de esperança e de
superação das dificuldades. Para isso, o atleta treina exaustivamente, com foco
na determinação por um resultado. É um exemplo para nossa juventude de
disciplina, de vida saudável e de como vencer desafios. O povo brasileiro é
sábio e, apesar de todas as dificuldades, vai receber com entusiasmo os visitantes,
para essa grande festa de confraternização mundial. Já demos um show de
hospitalidade durante a Copa do Mundo e faremos o mesmo, durante os 19 dias de
competição no Rio de Janeiro.
Mais uma vez a imagem internacional do país, tão arranhada
pelos recentes acontecimentos políticos, está em jogo. Que o povo carioca
aproveite os legados que os jogos deixarão na cidade – novos corredores de
ônibus, nova linha do metrô, mais leitos para hospedagem, revitalização do
centro – e que possa pensar na melhor forma de utilização dos novos espaços
esportivos. Não queremos elefantes brancos, mas locais para a formação de
atletas, que deem esperança e cidadania para que milhares de jovens encarem a
vida de outra forma, afastando-se definitivamente da violência, da
marginalidade e do mundo das drogas.
*Luiz Gonzaga
Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor
do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH).
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