O mercado de trabalho
está mudando!
*Ronaldo Cavalheri
Nunca ouvimos falar tanto que é possível trabalhar com o que
amamos. Sim, é possível. Mas só amor não entrega resultados. Muitas pessoas têm
ideias geniais e querem criar, por exemplo, uma startup bilionária ao se
levantar da cama, mas esquecem que só a ideia não é suficiente. O momento
econômico conturbado tem deixado a vida das pessoas mais difícil. Muita gente
está perdendo tempo reclamando, sem enxergar as oportunidades do momento.
Empresas como o Google, AirBnb e Netflix estão nos forçando
a um novo comportamento e sinalizando que muitas outras mudanças radicais estão
por vir. As pessoas precisam estar atentas a essas mudanças e, também, entender
que devem se preparar para elas. Não basta ser usuário de aplicativos ou
consumidor de novas soluções. Estou falando de se reinventar como profissional,
estando preparado para um mercado de trabalho alternativo e pulsante. Se o
mundo está mudando, por que a grande maioria das pessoas continuam desenhando
seu perfil profissional da mesma forma?
É impressionante como muita gente só enxerga possibilidade
na velha e obsoleta CLT. Até quando o mercado irá conseguir arcar com essa
relação trabalhista onerosa de um sistema falido e engessado? O empreendedorismo
se coloca como grande opção para um novo desenho de relações de trabalho, onde
regras mais flexíveis são aceitas. Não é cumprir horário que importa, mas sim
agregar valor e entregar resultados. E também por que não trabalhar em casa em
seu home office ou em espaços compartilhados? É preciso pensar em aliviar a
estrutura das empresas e deixá-las mais competitivas.
Antigamente, o profissional passava uma vida inteira dentro
da mesma empresa. Nos últimos tempos, eles viraram especialistas e tinham
vários empregos na mesma área. Agora, viveremos um período de várias profissões
na mesma vida. O mercado precisa de profissionais polivalentes e mutantes, que
acompanham o movimento da economia. Você pode trabalhar com o que gosta, mas
precisa ter um diferencial. Mesmo em tempos de crise, as pessoas têm acesso ao
consumo. Com isso a personalização, a exclusividade e o valor agregado tem sido
uma solicitação recorrente dos consumidores. É preciso criar identidade
profissional, ter uma linguagem própria e entregar o que os outros não
entregam. É preciso enxergar vertentes alternativas e criativas na mesma área
de atuação.
Planejamento longo pode ser um tiro no pé. Não dá para
perder meses ou anos desenhando uma solução que talvez o mercado não queira
comprar. Com as redes sociais, nunca estivemos tão próximos dos nossos
clientes. É vital entender as necessidades e propor soluções com foco nelas. É
preciso se preparar para entregar mais do que se espera, e para isso é preciso
formação. Porém, o modelo de ensino deve ser outro, com aprendizado constante e
foco prático. Não é aceitável que um o futuro profissional fique anos sentado
na cadeira de uma faculdade para chegar ao final e se perguntar como exercer
sua profissão. É inadmissível pensar em uma formação teórica no qual o aluno
tem papel receptivo. O profissional precisa ser construído agindo ativamente
durante sua formação, vivendo a profissão e criando um olhar múltiplo.
As novas tecnologias têm trazido facilidades.
Inevitavelmente a robotização substituirá muitas atividades hoje desenvolvidas
pelo homem. Precisamos repensar nossos papeis como profissionais. Só aquilo que
é prazeroso e que depende do talento caberá ao ser humano. Estamos chegando em
um tempo onde a Economia Criativa aparece em destaque, pois o que realmente
vale é o intangível proporcionado pelo capital intelectual. Da mesma forma,
ganham forças as economias colaborativa e compartilhada que estabelecem uma
relação de “ganha-ganha”, abrindo canais para uma nova forma de pensar onde o
ser é mais valioso que o ter.
Sim, novos tempos que exigem novos comportamentos. É hora de
se reinventar como o profissional e garantir seu espaço no mercado.
*Ronaldo Cavalheri é
Engenheiro Civil e Diretor Geral do Centro Europeu – escola pioneira em
Economia Criativa no Brasil.
**P+G Comunicação
Integrada
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