Enem: Escolaridade dos
pais afeta desempenho dos filhos no exame
Levantamento inédito
aponta que mais da metade dos descendentes de quem cursou até o ensino
fundamental tem baixa pontuação na prova
Às vezes, só
a vontade não basta. Um cruzamento de dados inédito feito a partir de
informações do Exame Nacional do Ensino Médio 2014 (o último divulgado) mostra
que a escolaridade dos pais exerce grande influência sobre a nota final dos
filhos. A análise foi feita pelo Enem Virtual (www.enemvirtual.com.br) - portal
especializado em conteúdos para quem vai prestar a prova - em parceria com a
Educa Insights. A pesquisa revela que quanto mais tempo os progenitores
estudam, maiores as chances de os descendentes superarem a marca de 600 pontos
no Enem.
Segundo o
levantamento, filhos de pais e mães que chegaram, no máximo, até o ensino
fundamental, não atingiram nem 450 pontos em 52% dos casos – apenas 19% deles
passaram dos 600 pontos. Por outro lado, nos lares onde os pais alcançaram o
ensino superior, 48% dos estudantes tiraram mais de 600 pontos. Nesse caso, o
número de jovens que ficou abaixo dos 450 pontos é muito baixo, 6%.
"O resultado mostra que existe uma
‘herança’ no que se refere à formação educacional dos pais. É claro que há
casos de jovens com pais menos escolarizados que superam essa barreira e se
saem bem no Enem, mas infelizmente isso é a exceção, e não a regra”, diz
Fernanda Lapidus Hecht, gestora do Enem Virtual. ”Da mesma forma, quem vem de família mais
estudada já nasce com meio caminho andado”, afirma.
Outro dado da análise também coloca a questão
da inclusão social em cheque. Entre os alunos com desempenho abaixo de 450
pontos, 19% declararam que seus pais sequer estudaram ou não souberam responder
à pergunta. Enquanto isso, entre os que tiraram mais de 600 pontos, somente 3%
se encaixam nessa definição.
Para Daniel Infante, diretor da Educa
Insights, o resultado da análise revela que o governo deveria priorizar
incentivos para que os estudantes alcancem o ensino superior. “O resultado da
pesquisa é só uma amostra de como a educação é um pilar essencial na redução
das desigualdades sociais”, comenta.
O
levantamento levou em consideração 5,9 milhões de candidatos do Enem 2014 que
compareceram aos dois dias do Exame e não zeraram nenhuma prova, o equivalente
a 68% do total de inscritos. Hoje, o Enem é responsável por selecionar mais de
20% dos estudantes que ingressam em faculdades e universidades pelo país, tanto
públicas quanto privadas.
**pressworks Assessoria de Imprensa
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