quarta-feira, 25 de maio de 2016

Morte por tabagismo: você pode evitar

Dia Mundial Sem Tabaco (31) "é uma oportunidade de reflexão sobre a importância de evitar a morte pelo vício de fumar”, afirma o presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo
 De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. Segundo o presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Dr. Ibraim Masciarelli Pinto, embora a sociedade e a indústria contribuam para a existência do tabagismo, de um modo geral, a responsabilidade de abandonar o vício é do fumante, que além ser prejudicial para saúde, principalmente do coração, prejudica também os cofres públicos.
“É imensa a responsabilidade dos fumantes, quanto ao esforço para abandonar um vício letal e muito prejudicial às suas famílias, à sociedade e ao nosso país, que gasta cerca de R$ 20 bilhões por ano para tratar doenças provocadas pelo tabagismo”, afirma o especialista.
Em todo o Planeta, há cerca de dois bilhões de fumantes. “Se não forem tomadas providências, que dependem principalmente da consciência das pessoas, a epidemia será crescente e causará a morte de oito milhões de pessoas a cada ano até 2030”, alerta o cardiologista. “As preocupantes estatísticas da OMS", ressalta o médico, “têm congruência com a realidade do Brasil, onde 10,8% dos habitantes, ou aproximadamente 22 milhões de indivíduos, são viciados em tabaco”.
O Dia Mundial Sem Tabaco, lembrado anualmente no dia 31 de maio, foi criado em 1987 pela OMS como marco na luta contra o grave problema, considerado uma epidemia global. “O fumo mata seis milhões de seres humanos por ano, 600 mil deles fumantes passivos, ou seja, atingidos involuntariamente pela fumaça expelida pelos viciados”, observa o presidente da Socesp, acrescentando: “O mais grave é que 31% das mortes atribuídas ao fumo passivo ocorrem em crianças, vítimas inocentes de um hábito insensato dos adulto.
O cardiologista ainda lembra que desde 2011, está em vigor a Lei Antifumo (nº 12.546/11), que proíbe a prática em locais públicos fechados, como ambientes de trabalho, transportes coletivos, shopping centers, restaurantes etc. “No entanto, muito mais eficaz do que a legislação é o despertar da consciência. Um exemplo da importância da mudança de comportamento é o fato de 40% das crianças, em todo o mundo, estarem expostas ao fumo passivo em suas próprias casas, nas quais as pessoas são soberanas para tomar decisões”, pondera o médico.
Sabendo da sua responsabilidade, para a diminuição e o impacto das doenças cardiovasculares no país e principalmente no Estado de São Paulo, a SOCESP promoverá nos dias 26 a 28 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, o 37º Congresso de Cardiologia. Com o tema central A Cardiologia Atual e Futura, o tradicional evento contará com diversas novidades e inovações e manterá algumas iniciativas de sucesso promovidas na última edição.
Por que o tabaco mata
O presidente da Socesp, Dr. Ibraim Masciarelli Pinto, explica que a fumaça dos cigarros contém 4,7 mil substâncias tóxicas. Somente no alcatrão há 40 compostos cancerígenos. A nicotina, a droga psicoativa do tabaco, causadora da dependência, aumenta a liberação das chamadas catecolaminas, como a adrenalina, noradrenalina e dopamina. Essas substâncias químicas contraem os vasos sanguíneos aceleram a frequência cardíaca e, assim, são causadoras de hipertensão arterial. O monóxido de carbono (CO), ao entrar em contato com a hemoglobina do sangue, reduz a oxigenação, podendo provocar doenças como a aterosclerose, que obstrui os vasos sanguíneos, causando infarto e outros problemas cardiovasculares. Isto ocorre porque o CO e outros componentes do cigarro facilitam a instalação de um quadro inflamatório geral no organismo, uma condição que está por trás do desenvolvimento de muitas doenças, dentre elas a própria aterosclerose.
“Não é sem razão que o tabagismo tenha relação com mais de 50 doenças”, frisa o cardiologista, citando dados da OMS: o vício é responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% por câncer de pulmão, 25% por doença do coração, 85% por bronquite e enfisema e 25% por derrame cerebral. “São inúteis medidas paliativas, como trocar o cigarro por charutos ou cachimbo. Os males de inalar a fumaça e as substâncias tóxicas são os mesmos. Por isso, é fundamental o esforço de cada um para largar de fumar, pois evitar a morte é um dever filosófico e ético de todos os que desfrutam o milagre da vida”, conclui o presidente da Socesp.

 *Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação 

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