quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sugestão de multa a quem mantém foco de Aedes aegypti pode estimular medidas de prevenção, avalia especialista

    A notícia de que o novo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu a aplicação de "multas severas" a serem aplicadas pelas prefeituras a quem mantiver focos do mosquito Aedes aegypti dentro de casa, pode estimular e intensificar as ações de prevenção. Essa é a avaliação do médico e professor da PUCRS, Fernando Kreutz. "Se o ministro, de fato, sugerir alguma ação neste sentido, não seria uma má ideia, visto que muitas pessoas acabam tomando alguma atitude quando o impacto é no bolso", pondera Kreutz.
   O cientista concorda que é preciso agir rapidamente para acabar com o mosquito e isso envolve toda a sociedade. "Lamentavelmente, a população não percebe a gravidade do assunto. Hoje, o impacto mais perverso são os casos de microcefalia que acometem milhares de famílias. E estas alterações são ainda a ponta de um iceberg, pois já há grande preocupação que outras alterações, ainda não são perceptíveis, possam atingir toda uma geração de brasileiros", alerta Kreutz.
   E o inverno não pode ser desculpa para relaxar. Isso porque os ovos do mosquito podem resistir a longos períodos de seca – até 450 dias, segundo estudos. Esta resistência é uma grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão.
   Por ser um mosquito com hábitos domésticos - cerca de 80% está nas residências - sua presença é mais comum em áreas urbanas. Sua infestação é mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas – fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos.
   Fernando Kreutz aconselha que as mesmas ações de prevenção, como eliminar os focos de água parada, usar repelente, tela, roupas compridas, e, agora a aplicação do larvicida biológico para uso doméstico, devem continuar fazendo parte da rotina das famílias.

*Camejo Comunicação

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