* Ricardo Leptich
Diversos fatores de risco tornam as estradas particularmente
perigosas no fim do ano. O grande volume de carros e a maior incidência de
motoristas embriagados geralmente são os problemas mais lembrados, mas há um
agravante nesse período que não pode ser ignorado: o verão costuma ser uma
época extremamente chuvosa. Diante desse cenário, o condutor deve ter cautela
redobrada para manter a segurança mesmo em uma pista escorregadia e sem
visibilidade.
Os cuidados devem começar já antes de tirar o automóvel da
garagem. Viajar com um carro sem vistoria é uma grande irresponsabilidade com a
própria vida e dos demais motoristas. Para evitar deslizamentos com a pista
molhada é fundamental estar com os pneus calibrados e em bom estado,
especialmente em casos de asfaltos acidentados ou estradas de terra,
infelizmente ainda comuns no nosso país.
Outro importante aliado para situações adversas é o freio,
que deve ser inspecionado regularmente. Desde 2014 as montadoras são obrigadas
a incluir sistema antitravamento de freios (ABS) e airbags como itens de série
em seus carros. A norma é tardia, mas ao menos demonstra algum avanço na nossa
legislação em prol da segurança.
Situações chuvosas estão entre aquelas que mais exigem bom
uso dos faróis, cuja manutenção deve ser constante. Faróis de milha e de
neblina são itens opcionais que ajudam a orientar o motorista, porém, para
chuvas de menor intensidade, a recomendação é que seja ligado apenas o farol
baixo, como forma de evitar ofuscamento na visão de outros condutores. Por fim,
antes de qualquer viagem é fundamental certificar o estado dos limpadores de
para-brisa, o desembaçador e o sistema de sinalização de veículo.
Tão importante quanto o bom estado do carro é a condição do
motorista. Mesmo nos primeiros minutos de temporal, a atenção já deve ser
total. É logo no começo da chuva que muitos deslizamentos acontecem, quando a
mistura entre água, óleo e sujeiras da pista afeta a aderência do automóvel de
forma significativa.
Imediatamente, nos primeiros sinais de chuva, o motorista
deve, além de ligar os faróis e os para-brisas, reduzir a velocidade e aumentar
a distância de outros veículos, sobretudo ônibus e caminhões. Ultrapassagens e
freadas bruscas, evidentemente, não são recomendadas. Mesmo que a visão esteja
boa para você, pode ser que a situação seja diferente para os outros
condutores, portanto todo cuidado é pouco.
Com água na pista pode ocorrer a aquaplanagem, que é a perda
total de aderência do pneu com o solo. Para não correr o risco de perder o
controle do carro, o melhor é conduzir com concentração em locais molhados e,
de forma alguma, utilizar o freio quando estiver sobre uma poça.
Em casos de chuvas de granizo ou tempestades, o ideal é
procurar um local seguro para manter o carro estacionado até que as condições
melhorem. Parar no acostamento deve ser evitado ao máximo, pois em dias de
pouca visibilidade representa um grande risco de acidente, mesmo com utilização
de triângulo e pisca-alerta. São cuidados simples, mas necessários. A
recompensa vem com um fim de viagem sem preocupações.
*Ricardo Leptich é Gerente de Vendas e Marketing da Divisão
de Lâmpadas Automotivas e Especiais da OSRAM para a América Latina
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