sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Diversão e proteção lado a lado durante Carnaval


Carnaval é sinônimo de festa, diversão, samba, fantasias e muita paquera. Culturalmente uma época sensual, lembrada nas próprias letras das marchinhas e as roupas mais curtas e sensuais, os foliões se envolvem nesse clima permissível e podem exagerar no álcool, drogas lícitas e ilícitas tornando-se mais vulneráveis. Com a consciência e a percepção comprometida pela embriaguez, o preservativo é deixado de lado nas relações sexuais. Por isso, todos os anos o Ministério da Saúde reforça a campanha para o uso de camisinha – principal forma de prevenção contra o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis (DST).

“As patologias assintomáticas principalmente nas mulheres são as que mais merecem atenção, como a sífilis primária, a gonorréia e a clamídia. Sem saber que são portadoras dessas infecções, podem transmitir aos seus parceiros durante uma relação desprotegida. Em ambos os sexos, a infecção por uma DST o organismo fica mais suscetível ao aparecimento de outras doenças, sobretudo à AIDS, além de complicações tardias se não forem tratadas adequadamente, assim como levar a infertilidade feminina”, alerta o infectologista Marcelo Joaquim Barbosa, membro do Comitê de DST da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Clamídia

É a mais comum em todo o mundo, principalmente em mulheres jovens. Só no Brasil, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, anualmente 1.967.200 de pessoas são esperadas a apresentarem sintomas. É provocada pela bactéria Chlamydiatrachomatis, com transmissão por via oral, vaginal, anal ou vertical – de mãe para filho durante a gravidez. Seus sintomas costumam aparecer, em média de 03 dias até três semanas após exposição e são eles os mais frequentes: dores ao urinar, corrimento vaginal ou peniano, dor nos testículos e durante o ato sexual. Porém, um quarto dos homens não manifesta os sinais clássicos da doença; nas mulheres, em 70% dos casos.

Gonorréia

Para a OMS só no Brasil são estimados 1.541.800 casos sintomáticos, ou seja, pessoas que apresentam sintomas. O agente causador é a bactéria Neisseria gonorrhoeae e sua infecção ocorre da mesma forma que na clamídia. É encontrada em lugares úmidos e quentes, como a uretra e o sistema reprodutor feminino. As manifestações são semelhantes em ambos os sexos, com secreção de pus, sangramento e dores pélvicas. Outras regiões do corpo podem ser acometidas: olhos, reto e garganta. Cerca de 80% das mulheres são assintomáticas.

Sífilis

Considerada um mal silencioso, pode permanecer no corpo após a infecção inicial, com reincidência após anos – e com maior  intensidade – se não tratada corretamente. Decorrente da infecção com a bactéria Treponema pallidum, é muito frequente no Brasil: 937 mil casos por ano de casos sintomáticos, informa a OMS. Em sua fase primária, as feridas são no reto, no colo do útero e na região peniana, que podem passar despercebidas e desaparecem com ou sem tratamento. Isto é o grande perigo, pois se a pessoa acometida não tratar a doença pode aparecer numa outra forma como na fase secundária, o paciente apresenta dores musculares, febre baixa e lesões na pele principalmente nas palmas das mãos e na região plantar. O último estágio ou fase terciária , e a mais grave, a infecção se dissemina para o sistema nervoso, pele, ossos, articulações, artérias, olhos, fígado e até o coração. A evolução ocorre quando não há intervenção terapêutica em nenhuma das fases.

Previna-se! Use sempre camisinha!

“Todo tipo de relação sexual requer o uso de preservativo, seja anal, oral ou vaginal, essas são os três principais formas de aquisição das DST. É preciso desmitificar que a contaminação não ocorre pelo uso de do mesmo copo ou assento de vasos sanitários, pois nestas situações o risco é irrelevante”, informa o infectologista.

Dr. Marcelo explica que o principal erro das pessoas está em subestimar essas doenças, pois algumas deixam sequelas irreversíveis, como a infertilidade, câncer, amputações de órgãos genitais e o aumento de aquisição do HIV e hepatites. “Em caso de relação desprotegida, procure um centro de saúde e nunca se automedique. Nos postos, os profissionais de saúde irão realizar os exames físicos específicos e se necessário podem solicitar e oferecer exames para auxiliar no diagnóstico de uma doença sexualmente transmissível”.

O carnaval é uma pausa nacional longa, que atrai muitos turistas a diversos centros que realizam festas mais intensas. “A principal dica que podemos deixar, além do controle na ingestão de bebidas alcoólicas e uso abusivo de drogas, é possuir sempre camisinhas. Isso vale para ambos os sexos; sempre que há possibilidade de acontecer relações sexuais, a camisinha é imprescindível”, conclui Dr. Marcelo Joaquim Barbosa.

*Acontece Comunicação e Notícias

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