sexta-feira, 22 de abril de 2016

Atropelamentos matam 475 milhões de animais por ano

De acordo com relatório divulgado no início desse ano pelo Ministério do Meio Ambiente, o país tem atualmente uma lista com 1.173 espécies animais em risco de extinção. Porém, um número ainda mais assustador do que esse é a quantidade de animais silvestres que morrem por atropelamento nas rodovias de Norte a Sul do Brasil. São cerca de 475 milhões de mortes de animais, por ano, segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE). Média de um óbito a cada 15 segundos.
“A expansão desenfreada das cidades e, consequentemente, a diminuição das florestas naturais, é a principal causa desse problema. As rotas, normalmente utilizadas, acabam sendo interrompidas e, em busca de alimentos, muitos animais acabam indo para além de seu habitat natural, chegam às áreas urbanas e se submetem a esse e outros riscos. Outro problema frequente são as queimadas, que acabam afugentando muitos bichos das matas. Por instinto de sobrevivência, fogem para onde podem”, diz Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
Os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor porte, são as principais vítimas, representando quase 90% das mortes por atropelamento. Animais de médio porte, como gambás e macacos, cerca de 10%. De maior porte, como as onças, antas e lobos, 5%. “Os animais de menor porte, obviamente, são menos resistentes à colisão. Mas, entre os maiores, muitos acabam sendo resgatados com graves ferimentos para serem tratados. Não raramente, se tornam dependentes do homem para sobreviver”, conclui Puorto.
No Congresso, um Projeto de Lei (466/2015) sobre morte de animais nas estradas, que conta também com o apoio da sociedade civil, está tramitando em regime de urgência. Entre outras propostas, o PL prevê a criação de passarelas ou pontes para a travessia dos animais e melhor sinalização nas estradas. Ele já foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Transportes da Câmara e agora segue para a Comissão de Meio Ambiente, com a expectativa de que seja votado já no início de abril.

*Ex-Libris Comunicação Integrada 

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