Envelhecimento da população exige
mais cuidado com os ossos
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), pessoas com mais de 65 anos representam 9% da população de São
Paulo. Mas esse percentual tende a aumentar de forma acelerada nos próximos
anos, ultrapassando 15% em 2030. Com isso, é cada vez mais importante investir
na prevenção de doenças – o que implica, também, num cuidado maior com os
ossos, já que as quedas são uma das principais causas de fratura em idosos e
podem comprometer muito sua qualidade de vida.
“A osteoporose é amplamente reconhecida como um problema de
saúde pública”, afirma Fernando Fachini, medico radiologista do CDB Medicina
Diagnóstica. “Além de limitar muito a vida do idoso, ainda está relacionada a
complicações, como fratura de quadril e coluna”. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Densitometria (SBDens), existem quatro indicações para a
avaliação da densidade mineral óssea:
1. Mulheres com idade
igual ou superior a 65 anos e homens com idade igual ou superior a 70 anos;
2. Mulheres com mais
de 40 anos que estejam na transição da menopausa e homens com mais de 50 anos
que tenham fatores de risco;
3. Adultos com antecedentes de fratura por fragilidade,
condição clínica ou uso de medicamentos associados à baixa massa óssea ou perda
óssea;
4. Pessoas em tratamento farmacológico para osteoporose – a
fim de identificar o nível de perda óssea e tomar medidas preventivas que
evitem complicações.
O exame implica na avaliação de dois segmentos ósseos:
coluna e fêmur. Caso seja necessário, também poderá ser avaliado o rádio (osso
do antebraço) ou ainda ser realizado um estudo do corpo inteiro – através da
densitometria para avaliação da composição de gordura (massa magra e massa
gorda).
De acordo com o médico, cerca de 70% dos fatores de risco
para osteoporose são fortemente influenciados pela genética. Mas os outros 30%
estão relacionados a fatores ambientais e estilo de vida, podendo ser
modificados. “Os fatores mais comumente associados a maior risco de fraturas,
em inúmeras populações estudadas no exterior e no Brasil, são: sexo feminino,
raça branca, idade acima de 60 anos, peso corporal abaixo de 55 quilos, fratura
prévia por baixo impacto depois dos 40 anos de idade (como exemplo, queda da
própria altura), história familiar de fratura após os 50 anos de idade em parentes
de primeiro grau, tabagismo atual, uso prolongado de corticoides, uso regular
de bebidas alcoólicas e sedentarismo”.
Atividade física regular é uma das formas de combater a
osteoporose, já que os exercícios físicos não contribuem somente para o fortalecimento
muscular, mas também para a formação e o aumento da densidade mineral óssea.
Consequentemente, a atividade física diminui o risco de fraturas, melhora o
equilíbrio, o padrão da marcha (passos) e a consciência espacial – que
contribui muito para o idoso se locomover dentro de casa, onde ocorrem 40% das
quedas.
“A partir dos resultados da densitometria óssea é que o
médico do paciente poderá orientar quanto ao melhor tratamento e acompanhamento
da osteoporose – que prevê a ingestão adequada de calorias, cálcio e vitamina
D. Enquanto o cálcio pode ser encontrado em alimentos como iogurte desnatado,
leite e queijo, pode ser necessário adotar a suplementação de vitamina D, sem
esquecer que a exposição regular ao sol é fundamental para a síntese da vitamina
D no organismo”, diz Fernando Fachini.
*Press Página
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