Mudanças no Brasil: qual o rumo a ser
tomado?
*Sérgio Itamar
Muita coisa mudou do começo de 2016 até agora. As previsões
já não eram muito otimistas, mas podemos dizer que as coisas deram uma piorada,
não é mesmo!? A mudança do governo em abril, trouxe uma drástica transformação
quando tratamos de governança. Mesmo estando no mesmo “lado”, presidente
afastada e o presidente em exercício tem divergências no modo de governar, o
que trouxe uma série de incertezas.
O processo de impeachment continua em tramitação, o que quer
dizer que ainda podem haver mudanças profundas. O Senado ainda julgará e dará o
veredito. Por isso, é preciso trabalhar com duas hipóteses, a primeira seria
com a volta da presidente Dilma Rousseff, mas que está desgastada, sem apoio necessário,
o que ocasionaria na falta de força para aprovar certas medidas para frear a
crise instaurada. Esse cenário não seria nada bom para o Brasil, politicamente
e economicamente, e por esse motivo deverá compor como um dos fundamentos da
decisão do Senado pela aprovação final do impeachment.
Caso a saída da presidente seja decidida, caberá ao governo
que ficará por a “casa” em ordem, que será um caminho longo e árduo. Na
verdade, não creio que haverá clima político nos próximos dois anos para as
reformas estruturais e profundas de que tanto necessitamos, acredito que as
mudanças na política monetária e macroeconômica ocorrerão com o decorrer do
tempo, com grande chance de tirar o folego da crise em que estamos mergulhados
no momento, diminuindo seu crescimento e impacto.
Grandes mudanças e sacrifícios terão que ser feitos, por
todas as partes, tanto das esferas públicas, quanto privadas. A instabilidade
política agravada a cada medida tomada pelo novo governo fará trégua apenas
após as eleições de 2018. Até lá estaremos mergulhados num processo de
reinvenção diária em todos os setores, onde a visão estratégia nas empresas, de
todos os portes, será mais importante do que nunca.
Outra preocupação da população é a questão da corrupção, que
nos últimos anos aflorou em meio a diversos escândalos. Milhões de pessoas,
empresas privadas e classe empresarial como um todo, tem reivindicado soluções
e decisões drásticas para reduzir ao máximo a corrupção. Crer que a corrupção
(e suas nuances) se fará ausente no futuro é acreditar em conto de fadas. O que
temos que desenvolver é um sistema onde este tipo de conduta seja imediatamente
identificado e punido. Sem qualquer engavetamento, privilégio, morosidade ou
impunidade, e isso depende de uma série enorme de fatores e agentes públicos em
todos os poderes. Esta sintonia fina, sem sombra de dúvida, ainda demorará
muito tempo para se estabelecer.
Os rumos do país ainda são uma incógnita. A única coisa que
se sabe é que será necessário brio e pulso firme dos governantes. A população
como um todo quer mudanças e tem a esperança de dias melhores. A falta de
emprego, insegurança e problemas econômicos estão deixando o povo impaciente.
Porém, com o trabalho árduo de cada um, será possível mudar os rumos do Brasil.
*Sérgio Itamar é
professor de análise de riscos do Instituto Superior de Administração e
Economia (ISAE), de Curitiba (PR).
**P+G Comunicação
Integrada
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