sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Evaristo Penha, um herói de Morro Agudo!


Por que herói?
Pelo menos, por dois motivos: 1.° - criou a Indústria Penha, fabricante de máquinas e implementos agrícolas, na época  concorrente da Jacto, de Pompeia, e uma das maiores do Brasil; 2.° - escreveu o livro: “O Fruto de uma Saudade”, do qual, agora, pretendo falar.
Lindo, lindo e lindo o livro do Evaristo!
Uma tarde, há poucos dias, tive a felicidade de receber, de presente, O Fruto de uma Saudade. Comecei a lê-lo e não parei mais. Fui até a meia-noite. Claro é a primeira leitura.
O Evaristo faz o que os gregos do início da Grécia, como Hesíodo e Homero, fizeram: “Narram a história em poesias”.
A primeira poesia, que conta a história de Morro Agudo e que saboreei como se fosse um doce de coco chama-se Arraial do Chapéu, nome antigo da cidade; ela canta e conta a História de Morro Agudo.  A primeira das 42 (quarenta e duas) estrofes começa dizendo:

Querido Morro Agudo
Arraial do Chapéu chamava
Há muitos anos atrás
Que os coronéis mandavam.

E a última estrofe, mostrando o amor do Evaristo por Morro Agudo, termina dizendo:

Morro Agudo eu te saúdo
Porque sinto que sou teu
Eu vejo em você
Que você é todo meu.

O livro é um passeio gostoso pelo querido Morro Agudo de antanho que hoje os jovens e muito adulto não conhece mais. Daí um dos papéis importantes do livro de Evaristo: “Lembrar e perpetuar a história inicial de Morro Agudo e de gerações como as da Família Franchi e da Família Tobias que ajudaram a construir Morro Agudo e hoje são desconhecidas”. A nosso ver, é notável a bibliografia sobre Morro Agudo; a esse respeito, parabéns ao Rogério Chiaroti que no seu recente e precioso livro: Quem bebeu da água de Morro Agudo, na página 352, oferece a primeira bibliografia sobre Morro Agudo, de que tenho conhecimento. Mas, os historiadores e poetas de Morro Agudo precisam falar, também, das famílias dos pioneiros que ontem e hoje não tiveram filhos e gerações ligados à política e que são totalmente esquecidas e desconhecidas.
Outra poesia que toca o coração é sobre a querida Tia Sinhana, intitulada Homenagem a você Sinhana,  uma heroína dos tempos antigos de Morro Agudo, que, sozinha, criou sete filhos, dos quais uma, a Elzira, minha prima, veio a ser a esposa de Evaristo. Por isso, diz o poeta Evaristo:

Há quarenta e oito anos atrás
Eu também te arranquei uma peninha
E trago ela aqui do meu lado
A Elzira sempre minha.

Parabéns Dona Sinhana
Dá cá um aperto de mão
Que muitos neste mundo
Possam tomá-la como lição.

Prezado Leitor(ora), é difícil, em poucas linhas, falar de um livro, ainda mais em poesia e do qual a gente gostou. Mas, se o Sr.(a) gostar de Morro Agudo e quiser provar um pouco das riquezas e das belezas da fauna, da flora e das gerações do Morro Agudo de 1900 a 1990, deve ler o “O Fruto de uma Saudade”, uma preciosidade que pouquíssimas cidades têm a honra e o prazer de conseguir apresentar.



*Prof. Dr. José Antonio Tobias

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